Arte abstrata na América do Sul

projetos de modernidade e circulação de ideias a partir de uma análise sociológica

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Autores

DOI:

https://doi.org/10.20336/rbs.876

Palavras-chave:

Torres García, Mario Pedrosa, Arte Abstrata

Resumo

Este artigo trata do momento circunscrito entre os primeiros debates sobre a abstração geométrica e a consolidação de movimentos construtivos no Uruguai, na Argentina e no Brasil entre as décadas de 1930 e 1950, explorando a diversidade de orientações teóricas que nortearam o desenvolvimento de distintos projetos abrigados sob essa denominação genérica. Daremos especial atenção às diferenças entre os grupos do concretismo latino-americano, observando a circulação de artistas e os diferentes projetos de modernidade que seus escritos ensejavam. O objetivo é dirimir a noção de que o concretismo brasileiro teve seu florescimento retardado pelo fato de que a atuação de Torres García, a partir de Montevidéu, demorou a repercutir no Brasil, ao contrário da Argentina. Nesse sentido, chamamos a atenção, por um lado, para o modo como o movimento Madí, pioneiro na consolidação da abstração geométrica a partir de Buenos Aires, e o Grupo Ruptura, de São Paulo, foram influenciados por alguns preceitos da Escola de Ulm; e, por outro lado, observamos a influência do Universalismo Constructivo de Joaquín Torres García, que introduziu uma noção particular de arte abstrata, carregada de simbolismo e sentido espiritual, que reverberou entre artistas brasileiros ambientados no Bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro.

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Biografia do Autor

Elson Ferreira de Araújo, Universidade Federal do Paraná

Doutor em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Paraná (2022); Mestre em Ciências Sociais pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2015); Graduação em Ciências Sociais - UFRRJ (2013). Áreas de interesse: Pensamento Social Brasileiro e Sociologia da Arte

Sabrina Marques Parracho Sant'Anna, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2001), mestrado em Sociologia e Antropologia pelo PPGSA/UFRJ (2004) e doutorado em Sociologia pelo mesmo programa (2008), com período sanduíche na Columbia University (EUA). Em 2019, concluiu pós-doutorado na Universitat de Barcelona (Espanha). Desde 2009, é docente da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, onde atua como professora associada II junto ao Departamento de Ciências Sociais. Desde 2012, é professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFRRJ, do qual foi vice-coordenadora (2012-2014) e coordenadora (2014-2016). Juntamente com Ligia Dabul (UFF) e Maria Lucia Bueno (UFJF), coordenou o Grupo de Trabalho de Sociologia da Arte da Sociedade Brasileira de Sociologia, entre 2011 e 2019, tendo contribuído para sua consolidação em Comitê de Pesquisa, a partir de 2020. De 2015 a 2019, foi bolsista Jovem Cientista da FAPERJ. Tem experiência na área de Sociologia, com ênfase em Sociologia da Cultura e Sociologia da Arte.

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Publicado

05/12/2023

Como Citar

Ferreira de Araújo, E., & Marques Parracho Sant'Anna, S. (2023). Arte abstrata na América do Sul: projetos de modernidade e circulação de ideias a partir de uma análise sociológica. Revista Brasileira De Sociologia - RBS, 11(27), 152–177. https://doi.org/10.20336/rbs.876