“Peça a Ifá que me seja favorável”
Roger Bastide e a generosidade como método
Visualizações: 124DOI:
https://doi.org/10.20336/rbs.873Palavras-chave:
Roger Bastide, reflexividade do conhecimento, sociologia da cultura, pensamento social no BrasilResumo
Este artigo tem como objetivo abordar os estudos de Roger Bastide (1898-1974), especialmente no tema das trocas culturais, desde a perspectiva de uma sociologia da generosidade, compreendendo generosidade como disposição para o uso da “simpatia intuitiva” na investigação e como rejeição de pressupostos etnocêntricos de análise. O trabalho propõe ser possível constatar a presença de tal perspectiva em pelo menos três dimensões. Em primeiro lugar, nos diálogos que Bastide travou com o meio intelectual francês e brasileiro, referenciando algumas das opções tomadas e suas contribuições pessoais no debate da época, quer nas áreas de estudo sociológico e antropológico quer na crítica literária e de arte. Em seguida, em uma dimensão propriamente metodológica, o método “caleidoscópico” empregado pelo autor, sem descurar das exigências disciplinares, garante a consideração de diversos pontos de vista na interpretação dos fenômenos sociais de modo coerente com a perspectiva assumida por ele de abertura para o Outro. Por fim, enfrenta-se o tema específico das trocas culturais através das questões da autenticidade das culturas e da reflexividade do conhecimento, apontando para a possibilidade de entender a relação de Bastide com seus objetos como uma troca cultural em si mesma.
Downloads
Referências
Amaral, Glória C. do. (2010). Navette Literária França-Brasil. A crítica de Roger Bastide. Editora da Universidade de São Paulo.
Andrade, Mário de. (2012). O desafio brasileiro. In M. de Andrade, O empalhador de passarinhos. Nova Fronteira.
Andrade, Mário de. (2013). A modinha e Lalo, O desnivelamento da modinha. In M. de Andrade, Música, doce música. Nova Fronteira.
Bastide, Roger. (1941). Psicanálise do cafuné. Guaíra.
Bastide, Roger. (1945). Imagens do nordeste místico em branco e preto. Empresa Gráfica “O Cruzeiro”.
Bastide, Roger. (1959). Sociologia do folclore brasileiro. Anhembi.
Bastide, Roger. (1961). O Candomblé da Bahia (Rito Nagô). Companhia Editora Nacional.
Bastide, Roger. (1970). Mémoire collective et sociologie du bricolage. L’Année sociologique, 21, 65-108.
Bastide, Roger. (1973). Estudos afro-brasileiros. Perspectiva.
Bastide, Roger. (1997 [1946]). Poetas do Brasil. Duas Cidades/Edusp.
Bastide, Roger. (1979). Brasil, terra de contrastes. Difel.
Bastide, Roger, & Verger, Pierre. (2017). Diálogo entre filhos de Xangô. Editora da Universidade de São Paulo.
Candido, Antonio. (1993). Roger Bastide e a literatura brasileira. In A. Candido, Recortes (pp. 99-104). Cia. das Letras.
Candido, Antonio. (1997), Prefácio. In R. Bastide, Poetas do Brasil (2. ed., pp. 11-16). Duas Cidades; Edusp.
Clifford, James. (1998). A experiência etnográfica. Antropologia e Literatura no século XX. Editora UFRJ.
Frehse, Fraya, & Titan Jr., Samuel. (org.). (2011). Impressões do Brasil: Roger Bastide. Imprensa Oficial.
Gonçalves, José Reginaldo S. (1996). A Retórica da perda. Os discursos do patrimônio cultural no Brasil. Editora UFRJ/ Ministério da Cultura - IPHAN, 1996.
Gonçalves, José Reginaldo S. (2012). O modernismo antropológico de Edward Sapir. Entrevista com Richard Handler. Sociologia &Antropologia, 2(4), 11-23. https://doi.org/10.1590/2238-38752012v241
Greenblatt, Stephen. (1996). Possessões maravilhosas: o deslumbramento do Novo Mundo. Editora da Universidade de São Paulo.
Hertz, Robert. (2016). Sociologia religiosa e folclore. Editora Vozes.
Laplantine, François. (2002). Prefácio ao livro de Roger Bastide “Le prochain et le lointain”. CAMPOS – Revista de Antropologia Social, 2, p. 135-151. http://dx.doi.org/10.5380/cam.v2i0.1579
Maio, Marcos C. (1997). A História do Projeto UNESCO: estudos raciais e ciências sociais no Brasil. [Tese de Doutorado, Instituto Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro].
Mello e Souza, Gilda. (1980). A estética rica e a estética pobre dos professores franceses. In G. Mello e Souza, Exercícios de leitura. Duas Cidades.
Peixoto, Fernanda A. (1999). Diálogo “interessantíssimo”: Roger Bastide e o modernismo. RBCS, 14(40), 93-109.
Peixoto, Fernanda A. (2000). Diálogos brasileiros: uma análise da obra de Roger Bastide. Edusp/FAPESP.
Peixoto, Fernanda A. (2010). Bastide e Verger entre “áfricas” e “brasis”: rotas entrelaçadas, imagens superpostas. Revista IEB, (51), 41-66. https://doi.org/10.11606/issn.2316-901x.v0i51p41-66
Queiroz, Maria I. P. de. (1983). Nostalgia do outro e do alhures: a obra sociológica de Roger Bastide. In M. I. P. de Queiroz (org.), Roger Bastide (Col. Grandes Cientistas Sociais). Ática.
Queiroz, Maria I. P. de. (1994). Roger Bastide, professor da Universidade de São Paulo. Estudos Avançados, 8(22).
Sapir, Edward. (2012). Cultura: Autêntica e Espúria. Sociologia & Antropologia, 2(4), 35-60. https://doi.org/10.1590/2238-38752012v243
Wagner, Roy (2010). A invenção da cultura. Cosac & Naify.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Carmen Felgueiras
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).