Fazer turismo e acreditar no turismo
A ideação da cidade balneária de Jurerê
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https://doi.org/10.20336/rbs.992Palavras-chave:
capital simbólico, construção da confiança, ocupação do litoral, JurerêResumo
Pesquisas do setor de turismo em geral apresentam paisagens turísticas como se eles sempre tivessem sido assim: um lugar naturalmente desejado para fazer turismo. Poucas são as investigações que mostram como e por quais processos determinados destinos se transformaram no que são hoje. Este artigo analisa como o grupo dirigente responsável pela conformação da cidade balneária de Jurerê, em Florianópolis, mobilizou uma série de recursos de ordem material e simbólica bem sucedidos na construção da confiança e credibilidade no empreendimento. A metodologia empregada é a análise de conteúdo temático. O material empírico analisado corresponde a 17 veiculações jornalísticas feitas entre os anos de 1957 e 1958. A fundamentação teórica é baseada na topologia social, a qual permite compreender as dinâmicas de poder presentes no processo de ocupação do litoral vinculado à atividade turística. A pesquisa revela que esse grupo dirigente reverberou a visão de progresso e modernização atribuída ao turismo. A confiança e credibilidade são lastreadas através de redes de sociabilidade no ambiente de agentes políticos e figuras consagradas da cena local e nacional, destaque para o arquiteto Oscar Niemeyer. Somado a isso, a legitimidade no plano econômico mobiliza a figura do "homem de negócios", que por vezes se mescla com a figura política do principal agente promotor do empreendimento.
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