Crises, trabalho e soberania política
elementos conceituais e diagnósticos
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https://doi.org/10.20336/rbs.1138Palavras-chave:
crises, divisão do trabalho, teoria críticaResumo
Desde sua fundação, a chamada Teoria Crítica da Escola de Frankfurt assume como elemento definidor das sociedades capitalistas seu caráter de portadoras de crises. A despeito disso, a caracterização dos aspectos especificamente críticos a serem tratados pela teoria se alteram em função de diagnósticos de tempo constantemente atualizados ou retrabalhados. Ao menos desde o final da década de 1960, com os trabalhos de juventude de Jürgen Habermas, a confluência de crítica à centralidade do paradigma do trabalho produtivo, emergência de novos movimentos sociais e disputas comunicativo-morais pela legitimação de normas e valores estabelece para a Teoria Crítica – em sua “segunda geração” – um paradigma particular para a compreensão da ideia de crise, no qual é central a disputa pelo sentido da integração social e pelos valores nela contidos. No presente trabalho, serão, primeiro, apresentados elementos que avançam e desdobram este conceito de crise em direção a uma crise de legitimação da economia política contemporânea e, a seguir, o conceito será destrinchado em alguns elementos diagnósticos de crise no presente. Os principais elementos destacados serão as formas de divisão do trabalho e sua relação com o exercício da soberania política individual, conforme expostos no recente livro de Axel Honneth, Der arbeitende Souverän (O soberano trabalhador). A partir deste trabalho, então, o artigo discute a relação entre o diagnóstico de crises no presente e a formulação de uma teoria crítica.
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