Ativismo, instituição e repertório autonomista: uma etnografia sobre coletivos políticos / Activism, institution, and autonomist repertoire: An ethnography of political collectives

Visualizações: 267

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.20336/rbs.741

Resumen

A forma de mobilização chamada “coletivos” é uma chave fundamental para a compreensão da maneira como se constituem os ativismos contemporâneos no Brasil e da crítica que atribuem às instituições. Este artigo pretende, em um primeiro momento, discutir aspectos do repertório de ação autonomista que, atualizados e acentuados durante as jornadas de junho de 2013, representam um marco importante para os ativismos posteriores. Em seguida, a partir da descrição etnográfica de algumas práticas e atividades de dois coletivos políticos, mostrar que a busca de metodologias de horizontalidade e autogestão assim como a autonomia e a crítica antissistema são parte desse repertório e fundamentam sua existência, seu funcionamento e sua reivindicação.

Abstract

Collectives constitute a form of mobilization that is fundamental for understanding how contemporary activisms have been built in Brazil as well as the criticism they attribute to institutions. This article intends, at first, to discuss aspects of the repertoire of autonomist action that, updated and accentuated during the June 2013 demonstrations, represent an important reference for later activisms. Then, based on an ethnographic description of some practices and activities of two political collectives, to show that the search for methodologies of horizontality and self-management as well as autonomy and anti-system criticism are part of this repertoire, which underlie its existence, its functioning and its claim.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Flavia de Faria, Universidade de São Paulo e Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales

Mestre em sociologia pela Universidade Paris 5. Doutoranda em Sociologia pela Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales com dupla titulação em Antropologia no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade de São Paulo. Pesquisadora no Grupo de Estudos de Antropologia da Cidade (GEAC-PPGAS/USP) e pesquisadora convidada no grupo de pesquisa Social Movements in the Global Age da Universidade Católica de Louvain (Belgica). Membro do Grupo de Trabalho 21 - Movimentos Sociais da Associação Francesa de Sociologia.

Citas

Alonso, Angela. (2017). A política das ruas: protestos em São Paulo de Dilma a Temer. Novos Estudos – CEBRAP, 36(107, ed. especial), 49–58. https://doi.org/10.25091/S01013300201700040006

Avritzer, Leonardo. (2012). Sociedade civil e Estado no Brasil: da autonomia à interdependência política. Opinião Pública, 18(2), 383–398. Disponível em https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/op/article/view/8641425

Avritzer, Leonardo. (2007). Sociedade civil, instituições participativas e representação: da autorização à legitimidade da ação. Dados, 50(3), 443–464. https://doi.org/10.1590/S0011-52582007000300001

Borelli, Silvia H. S., & Aboboreira, Ariane. (2011). Teorias/metodologias: trajetos de investigação com coletivos juvenis em São Paulo/Brasil. Revista Latinoamericana de Ciencias Sociales, Niñez y Juventud, 1(9), 161–172. Disponível em https://www.redalyc.org/pdf/773/77320072008.pdf

Castoriadis, Cornelius. (2018). A revolução antecipada. In Cornelius Castoriadis, Claude Lefort, & Edgar Morin, Maio de 68: a brecha (1. ed. rev., pp. 111–182). São Paulo: Autonomia Literária.

Castoriadis, Cornelius, Lefort, Claude, & Morin, Edgar. (2018). Maio de 68: a brecha (1. ed. rev.). São Paulo: Autonomia Literária.

Di Giovanni, Julia R. (2015). Artes de abrir espaço. Apontamentos para a análise de práticas em trânsito entre arte e ativismo. Cadernos de Arte e Antropologia, 4(2), 13–27. https://doi.org/10.4000/cadernosaa.911

Dowbor, Monika, & Szwako, José. (2013). Respeitável público...: performance e organização dos movimentos antes dos protestos de 2013, Novos estudos CEBRAP, 32(97), 43–55. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-33002013000300004

Faria, Flávia de, (2018). Participação, renovação e ocupação: limites da representação e experiências de transformação política na cidade de São Paulo. Revista Contraponto, 5(1), 69–83. Disponível em https://seer.ufrgs.br/contraponto/article/view/85468/49145

Frúgoli Jr., Heitor. (2018a). Ativismos urbanos em São Paulo. Caderno CRH, 31(82), 75–86. https://doi.org/10.1590/s0103-49792018000100005

Frúgoli Jr., Heitor. (2018b). The 2014 World Cup on the streets of Vila Madalena (São Paulo). In Lígia Ferro et al. (Eds.), Moving Cities – Contested Views on Urban Life (pp. 77–95). Wiesbaden: Springer VS. https://doi.org/10.1007/978-3-658-18462-9_6

Gohn, Maria da G. (2019). Participação e democracia no Brasil. Petrópolis: Editora Vozes.

Gohn, Maria da G. (2017). Manifestações e protestos no Brasil: correntes e contracorrentes na atualidade (Questões da nossa época, Vol. 59 – Sociologia). São Paulo: Cortez Editora.

Gohn, Maria da G. (2014). Manifestações de junho de 2013 no Brasil e praças dos indignados no mundo. Petrópolis: Editora Vozes.

Gohn, Maria da G., & Bringel, Breno. (2012). Movimentos sociais na era global. Petrópolis: Editora Vozes.

Gurza Lavalle, Adrián, Carlos, Euzeneia, Dowbor, Monika, & Szwako, José. (2018). Movimentos sociais e institucionalização: políticas sociais, raça e gênero no Brasil pós-transição. Rio de Janeiro: EDUERJ.

Gurza Lavalle, Adrián, Houtzager, Peter P., & Castello, Graziela. (2006). Democracia, pluralização da representação e sociedade civil. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, 67, 49–103. https://doi.org/10.1590/S0102-64452006000200004

Gurza Lavalle, Adrián, & Isunza Vera, Ernesto, (2015). Representación y participación en la crítica democrática. Desacatos, 49, 10–27.

Gurza Lavalle. Adrián, & Szwako, José. (2015). Derroteros y avances de la participación en Brasil (Entrevista con Pedro Pontual). Desacatos, 49, 170–179.

Lefort, Claude. (2018). A desordem nova. In Cornelius Castoriadis, Claude Lefort, & Edgar Morin, Maio de 68: a brecha (1. ed. rev.). São Paulo: Autonomia Literária.

Lüchmann, Lígia H. H. (2007). A representação no interior das experiências de participação. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, 70, 139–170.

Maia, Gretha L. (2013). A juventude e os coletivos: como se articulam novas formas de expressão política. Revista Eletrônica do Curso de Direito da UFSM, 8(1), 58–73. https://doi.org/10.5902/198136948630

Manin, Bernard. (2012). Principes du gouvernement représentatif. Paris: Flammarion.

Mesquita, Marcos R. (2008). Cultura e política: a experiência dos coletivos de cultura no movimento estudantil. Revista Crítica de Ciências Sociais, 81, 179–207.

Migliano, Milene. (2012). Praia da Estação como ação política: relato de experiências, envolvimentos e encontros. Redobra, 4(11), 43-54. Disponível em http://www.redobra.ufba.br/wp-content/uploads/2013/06/redobra11_05.pdf

Nobre, Marcos. (2013). Choque de democracia: razões da revolta. São Paulo: Companhia das Letras.

Perez, Olivia. (2019). Relações entre coletivos com as Jornadas de junho. Opinião Pública, 25(30), 577–596. http://dx.doi.org/10.1590/1807-01912019253577

Perez, Olivia, & Silva Filho, Alberto L. (2017). Coletivos: um balanço da literatura sobre as novas formas de mobilização da sociedade civil. Latitude, 11(1), p. 255–294. https://doi.org/10.28998/2179-5428.20170107

Perruso, Marco A., & Narvaes, Viviane B. (2015). Les journées de(puis) juin 2013. Brésil(s), 7(1), 19–38. https://doi.org/10.4000/bresils.1420

Pinheiro-Machado, Rosana. (2019). Amanhã vai ser maior: o que aconteceu com o Brasil e possíveis rotas de fuga para a crise atual. São Paulo: Planeta do Brasil.

Pleyers, Geoffrey. (2010). Alter-globalization: Becoming actors in the global age. Cambridge: Polity.

Sader, Eder. (1988). Quando novos personagens entram em cena: experiências, falas e lutas dos trabalhadores da Grande São Paulo (1970-80). Rio de Janeiro: Paz e Terra.

Singer, André. (2018). O lulismo em crise: um quebra-cabeça do período Dilma (2011-2016). São Paulo: Companhia das Letras.

Tarrow, Sidney. (2009). O poder em movimento: movimentos sociais e confronto político. Petrópolis: Vozes.

Tatagiba, Luciana, & Galvão, Andreia. (2019). Os protestos no Brasil em tempos de crise (2011-2016). Opinião Pública, 25(1), 63–96. http://dx.doi.org/10.1590/1807-0191201925163

Tendolini, Caio. (2017, 6 de outubro). … no modelo de Listas Cívicas. Medium. Disponível em https://medium.com/@caiotendolini/as-listas-c%C3%ADvicas-75c716ea20fd.

Tilly, Charles. (2012). Movimentos sociais como política. Revista Brasileira de Ciência Política, (3), 133–160. Disponível em https://periodicos.unb.br/index.php/rbcp/article/view/1677

Touraine, Alain. (1992). Critique de la modernité. Paris: Fayard.

Publicado

12-10-2020

Cómo citar

de Faria, F. (2020). Ativismo, instituição e repertório autonomista: uma etnografia sobre coletivos políticos / Activism, institution, and autonomist repertoire: An ethnography of political collectives. Revista Brasileña De Sociología, 8(20), 177–198. https://doi.org/10.20336/rbs.741