The imprisoned social order

a study on the social construction of violence against women

Visualizações: 487

Authors

  • Elizabeth Maria Fleury-Teixeira Fundação Oswaldo Cruz

DOI:

https://doi.org/10.20336/rbs.868

Keywords:

violence in intimate relationships, male perpetrators of violence, primary socialization, secondary socialization

Abstract

This article presents the results of a survey conducted between 2018 and 2019 in Belo Horizonte, capital of Minas Gerais, Brazil. The survey involved men convicted of perpetrating violence against women (VAW) analysis of the forms of socialization to which were subjected male perpetrators of violence against women condemned under the Federal Law 11,340 (known in the country as Maria da Penha Law) that criminalizes VAW. Based on that survey, the study investigated how those men were socialized, aiming to determine patterns referring to practices based on beliefs and customs, moral values ​​in which these men, perpetrators of intimate violence against women, were socialized. Convicted by Brazilian law, in 2019 they were sentenced to attend reflection groups. In this study, qualitative and quantitative methods were used to reconstruct the memory of VAW perpetrators and to analyze the data generated in the research. Among the three phenomena described in the study, I highlight “the imprisoned social order”. To describe this phenomenon, practices originating from moral standards and standards of masculinity learned in childhood and adolescence are analyzed, relating them to the changes in customs that are taking place in the country, which in turn are linked to new laws, approved by parliament for greater protection of women subjected to violence.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biography

Elizabeth Maria Fleury-Teixeira, Fundação Oswaldo Cruz

Doutora em Sociologia, pesquisadora do grupo de pesquisa Saúde, Educação e Cidadania do Instituto René Rachou, Fiocruz- Minas. elizabeth.fleury@fiocruz.br

References

Azevedo, Fernanda M. C. (2016). O conceito de patriarcado nas análises teóricas das ciências sociais: uma contribuição feminista. Revista Três Pontos, 13(1), 12-20, 2016.

Aguiar, Neuma F. de. (1997). Perspectivas feministas e o conceito de patriarcado na sociologia clássica e no pensamento sociopolítico brasileiro. In N. Aguiar, Gênero e ciências humanas: desafio às ciências desde a perspectiva das mulheres (pp. 161-191). Rosa dos Tempos.

Aguiar, Neuma F. de. (2015). Verbete: Patriarcado. In E. M. Fleury-Teixeira & S. N. Meneguel, Dicionário feminino da infâmia: acolhimento e diagnóstico de mulher em situação de violência. Editora Fiocruz.

Alonso, Angela. (2017). Métodos qualitativos de pesquisa: uma introdução. In D. S. Miranda & A. Alonso, Métodos e técnicas em ciências sociais: Bloco qualitativo (pp. 8-23). Sesc/Cebrap.

Araujo, Alessandra N. Atuação do Juizado Especial Criminal de Belo Horizonte nos casos de violência contra mulher: intervenções e perspectivas [Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Minas Gerais]. Biblioteca Digital CLAM. http://www.clam.org.br/bibliotecadigital/uploads/publicacoes/409_1570_dissertvcmmg.pdf

Aguiar, Janaína M. de., & D’Oliveira, Ana Flávia P. L. (2010). Violência institucional em maternidades públicas sob a ótica das usuárias. Interface – Comunicação, Saúde, Educação, 15(36), 79-91, 2010. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/S1414-32832010005000035

Bandeira, Lourdes. (2006, 24-28 out.). Patriarcado e violência masculina: crimes de morte como construção pública [Apresentação de artigo, GT 27: Violência, conflitos e práticas culturais]. 30º Encontro anual da ANPOCS, Caxambu.

Bandeira, Lourdes, & Almeidam Tânia M. C. de. (2012, 7-10 fev.). A violência contra as mulheres: um problema coletivo e atual [Apresentação de artigo]. Encontro Brasileiro dos Programas de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas, Brasília.

Beiras, Adriano, & Bronz, Alan. (2016). Metodologia de grupos reflexivos de gênero. Instituto Noos.

Beiras, Adriano, Nascimento, Marcos, & Incrocci, Caio. Programas de atenção a homens autores de violência contra as mulheres: um panorama das intervenções no Brasil. Saúde e Sociedade, 28(1), 262-274. https://doi.org/10.1590/S0104-12902019170995

Berger, Peter, & Berger, Brigitte. (1992). Socialização: como ser membro da sociedade. In M. Foracchi & J. Martins, Sociologia e sociedade: leituras de introdução à Sociologia (15. ed., pp. 200-214). Editora LTC.

Berger, Peter L., & Luckmann, Thomas. (2001). A construção social da realidade (20. ed.). Editora Vozes.

Bermúdez, Monica de M. (2013). Connell y el concepto de masculinidades hegemónicas: notas críticas desde la obra de Pierre Bourdieu. Estudos Feministas, 21(1), p. 283-300. https://doi.org/10.1590/S0104-026X2013000100015

Blay, Eva (org.). (2014). Feminismos e masculinidades: novos caminhos para enfrentar a violência contra a mulher. Cultura Acadêmica Editora.

Bouchard, Thomas J. (1976). Unobtrusive measures: an inventory of uses. Sociological Methods and Research, 4(3), 267-300.

Bourdieu, Pierre. (1979/2007). A distinção: crítica social do julgamento. Edusp; Zouk.

Bourdieu, Pierre. (1980/2009). O senso prático. Editora Vozes.

Bourdieu, Pierre. (1989/1998). O poder simbólico. Editora Bertrand Brasil.

Bourdieu, Pierre. (1998/2003). A dominação masculina. Bertrand do Brasil.

Bourdieu, Pierre, & Passeron, Jean-Claude. (1970/1992). A reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino (3. Ed.). Editora Francisco Alves.

Bussab, Wilton O., & Morettin, Pedro A. (2002). Estatística básica. (5. Ed.). Editora Saraiva.

Campbell, Donald T., & Fiske, Donald W. (1959). Convergent and discriminant validation by the multitrait-multimethod matrix. Psychological Bulletin, 56(2), 81-105. https://doi.org/10.1037/h0046016

Carrigan, Tim, Connell, Raewyn, & Lee, John. (1985). Toward a new Sociology of Masculinity. Theory and Society, 14(5), 551-604. http://www.jstor.org/stable/657315

Connell, Raewyn. (1977). Ruling class, ruling culture. Cambridge University Press.

Connell, Raewyn, & Messerschmidt, James W. (1995c). Masculinities. Cambridge, UK: Polity Press.

Connell, Raewyn. (1998). Masculinities and globalization. Men and Masculinities, 1(1), 3-23.

Connell, Raewyn, & Messerschmidt, James W. (2013). Masculinidade hegemônica: repensando o conceito. Estudos Feministas, 21(1), 241-282.

Chauí, Marilena. (1985). Participando do Debate sobre Mulher e Violência. In R. Cardoso, M. Chauí & M. C. Paoli (org.), Perspectivas antropológicas da mulher. Zahar.

Cho, Jeasik, & Trent, Allen. (2006). Validity in qualitative research revisited. Qualitative Research, 6(3), 319-340. https://doi.org/10.1177/1468794106065006

Denzin, Norman K. (2003). Performance ethnography: critical pedagogy and the politics of culture. Sage.

Denzin, Norman K. (2000). The practices and politics of interpretation. In N. K. Denzin & Y. S. Lincoln (ed.), Handbook of qualitative research (2. Ed., pp. 897-922). Sage.

Denzin, Norman K. (1989). The research act: a theoretical introduction to sociological methods (3. Ed.). Prentice Hall.

Denzin, Norman K., & Lincoln, Yvonna. S. (2005). Introduction: The discipline and practice of qualitative research. In: N. K. Denzin & Y. S. Lincoln (ed.), The Sage Handbook of qualitative research (4. Ed., pp. 1-32). Sage.

Durkheim, Émille, & Fauconnet, Paul. (1975). La sociologie et les sciences sociales. In V. Karady (org.), Éléments d’une théorie sociale. Textes 1 (cap. 2). Les Éditions de Minuit.

Easterby-Smith, Mark, Thorpe, Richard., & Lowe, Andy. (1999). Pesquisa gerencial em administração: um guia para monografias, dissertações, pesquisas internas e trabalhos de consultoria. Pioneira.

European Union Agency for Fundamental Rights (2012). Fundamental rights: challenges and achievements in 2012 [Relatório annual]. Recuperado de: https://fra.europa.eu/sites/default/files/annual-report-2012_en.pdf

Fleury-Teixeira, Elizabeth M., & Chrystus, Mirian. (2019). No curso dos rios e das leis: a luta por políticas públicas de enfrentamento da violência contra a mulher. Cadernos da Escola do Legislativo, 21, 9-44.

Flick, Uwe. (2013). Introdução à metodologia de pesquisa. Penso.

Flick, Uwe (2009ª). Introdução à pesquisa qualitativa (3. Ed.). Bookman.

Flick, Uwe. (2009b). Desenho da pesquisa qualitativa. Bookman.

Flick, Uwe. (2009c). Qualidade na pesquisa qualitativa. Bookman.

Fraser, Nancy. (2009). Feminismo, capitalismo e a astúcia da história. Revista Mediações, 1(23). https://doi.org/10.5433/2176-6665.2009v14n2p11

Gobbato, Carolina, Boito, Crisliane, & Barbosa, Maria Carmen S. (2010). Uma docência sem autoria: o uso do livro didático na Educação Infantil. In C. K. Godoi et al. (org.), Pesquisa qualitativa em estudos organizacionais: paradigmas, estratégias e métodos (2. ed., pp. 236-251). Saraiva.

Godoi, Christiane K.; Bandeira-de-Mello, Rodrigo B.; Silva, Anielson B. (org.). (2010). Pesquisa qualitativa em estudos organizacionais: paradigmas, estratégias e métodos (2. ed.). Saraiva.

Gonçalves, João P. B. (2015). As intervenções com homens autores de violência doméstica contra as mulheres ante suas bases teórico-metodológicas e perspectivas políticas: as experiências no estado de Minas Gerais [Dissertação de Mestrado em Psicologia, Universidade Federal de Minas Gerais].

Goodwin, Jeff, & Horowitz, Ruth. (2002). Introduction: the methodological strengths and dilemmas of qualitative sociology. Qualitative Sociology, 25, 33-47. https://doi.org/10.1023/A:1014300123105

Gray, David E. (2012). Pesquisa no mundo real (2. ed.). Penso.

Gregori, Maria Filomena. (1993). Cenas e queixas: um estudo sobre mulheres, relações violentas e a prática feminista. Editora Paz e Terra.

Guzmán, Virginia. (2001). La institucionalidad de género en el estado: nuevas perspectivas de análisis (Serie Mujer y desarrollo, 32). Publicación de las Naciones Unidas. Recuperado de: https://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/5878/1/S01030269_es.pdf

Hearn, Jeff. (1996). Is masculinity dead? A critique of the concept of masculinity/masculinities. In M. Mac An Ghaill (ed.), Understanding masculinities: social relations and cultural arenas (pp. 202-216). Open University Press.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. (2010). Censo 2010. Recuperado de: https://censo2010.ibge.gov.br/

Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada – IPEA, & Fórum Brasileiro de Segurança Pública – FBSP. (2017). Atlas da Violência 2017. Recuperado de: https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/publicacoes/47/atlas-da-violencia-2017

Jick, Todd D. (1979). Mixing qualitative and quantitative methods: triangulation in action. Qualitative Methodology, 24(4), 602-611.

Halbwachs, Maurice. (1990). A memória coletiva. Vértice.

Magalhães, Marcos N., & Lima, Antônio Carlos P. de (2004). Noções de probabilidade e estatística (6. ed.). Editora EDUSP.

Maingueneau, Dominique. (1997). Novas tendências em análise do discurso (3. ed.). Pontes.

Massella, Alexandre B. (2014). A realidade social e moral do direito: uma perspectiva Durkheimiana. Lua Nova - Revista de Cultura e Política, (93), 9-18. http://doi.org/10.1590/S0102-64452014000300010

Medrado, Benedito. (2014). Princípios ou simplesmente pontos de partida fundamentais para uma leitura feminista de gênero sobre os homens e as masculinidades. In E. A. Blay (org.), Feminismos e masculinidades (Vol. 1, pp. 55-74). Ed. Editora Cultura Acadêmica.

Medrado, Benedito, & Lyra, Jorge. (2008). Por uma matriz feminista de gênero para os estudos sobre homens e masculinidades. Estudos Feministas, 16(3), 809-840. https://doi.org/10.1590/S0104-026X2008000300005

Messner, Michael A. (2002). Taking the field: women, men, and sport. University of Minnesota Press.

Newman, Isadore, & Benz, Carolyn R. (1998). Qualitative-quantitative research methodology: exploring the interactive continuum (Cap. 1-3). Southern Illinois University Press.

Orlandi, Eni P. (2007). Análise de discurso (7. ed.). Pontes.

Pateman, Carole. (1993). O contrato sexual. Paz e Terra.

Patton, Michael Q. (2001). Qualitative research and evaluation method (3. ed.). Sage.

Pena Pires, Rui (2012). O problema da ordem. Sociologia, Problemas e Práticas, (69), 31-45. https://doi.org/10.7458/SPP201269785

Piovesani, Flávia. (2008). Igualdade de gênero na Constituição Federal: os direitos civis e políticos das mulheres no Brasil. Senado Federal.

Saffioti, Heleieth I. B. (2004). Gênero, patriarcado, violência. Editora Fundação Perseu Abramo.

Saffioti, Heleieth I. B. (2001). Contribuições feministas para o estudo da violência de gênero. Cadernos Pagu, (16),115-136.

Saffioti, Heleieth I. B., & Almeida, Suely S. (1995). Violência de gênero: poder e impotência. Livraria e Editora Revinter.

Segato, Rita Laura. (2003). Las estructuras elementales de la violencia (Série Antropología, 334). Universidad Nacional de Quilmes.

Soares, Érica B. S., Pereira, Alana D. S., Suzuki, Jaqueline A., & Emmendoerfer, Luiz. (2011, 20-22 nov.). Análises de dados qualitativos: intersecções e diferenças em pesquisas sobre Administração Pública. III Encontro de Ensino e Pesquisa em Administração e Contabilidade, João Pessoa. Recuperado de: http://arquivo.anpad.org.br/eventos.php?cod_evento=&cod_evento_edicao=60&cod_edicao_subsecao=758&cod_edicao_trabalho=13865

Souza, Márcio F. de. (2009). As análises de gênero e a formação do campo de estudos sobre a(s) masculinidade(s). Mediações, 14(2), 123-144. https://doi.org/10.5433/2176-6665.2009v14n2p123

Triola, Mario F. (2008). Introdução à Estatística (10. ed.) Editora LTC.

Vandenberghe, Frédèric. (2015). A Sociologia como uma filosofia prática e moral (e vice versa). Sociologias, 17(39), 60-109. https://doi.org/10.1590/15174522-017003903

Walby, Sylvia. (1997). Gender transformations. Routledge.

Walby, Sylvia. (1990). Theorizing patriarchy. Basil Blackwell.

Welzer-Lang, Daniel, & Filiod, Jean-Paul (org.). (1994). Des hommes et du masculin. Presses Universitaires de Lyon.

Welzer-Lang, Daniel. (2001). A construção do masculino: dominação das mulheres e homophobia. Revista de Estudos Feministas, 9(2), 460-481. https://doi.org/10.1590/S0104-026X2001000200008

Zappellini, Marcello B., & Feuerschütte, Simone G. (2015). O uso da triangulação na pesquisa científica brasileira em administração. Administração: Ensino e Pesquisa, 16(2), 241-273. Recuperado de: https://doi.org/10.13058/raep.2015.v16n2.238

Published

02-02-2023

How to Cite

Fleury-Teixeira, E. M. (2023). The imprisoned social order: a study on the social construction of violence against women. Brazilian Journal of Sociology, 10(26). https://doi.org/10.20336/rbs.868