Deslocamentos para trabalho e lazer
mobilidades, infraestrutura e segregação espacial em Fortaleza
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https://doi.org/10.20336/rbs.937Palavras-chave:
cidade, mobilidade urbana, segregação, deslocamento casa-trabalho, lazerResumo
Neste artigo analisamos a mobilidade urbana de Fortaleza, Ceará, a partir dos deslocamentos para trabalho e lazer através de um survey realizado online em 2022 com 522 residentes da cidade e sua região metropolitana. O objetivo era entender como se dão os fluxos (origem/ destino) dos sujeitos e relacioná-los aos indicadores sociais, buscando compreender como a infraestrutura urbana disponível (incluindo o sistema de transportes e a oferta de vagas ou equipamentos) impactam nesses deslocamentos. A análise foi estratificada nas 12 Secretarias Executivas Regionais na qual a cidade está dividida e se percebeu diferenças significativas, criando a distinção entre a zona leste, dotada de melhor estrutura e o cinturão oeste-sul com maior vulnerabilidade, o que influencia as jornadas laborais e de lazer. No deslocamento para o trabalho, os usuários de automóveis particulares precisaram de menos tempo do que os do transporte público, e os bairros do leste foram os maiores destinos laborais, o que obriga aos residentes das periferias a longas jornadas diárias. Quanto ao usufruto do lazer no próprio bairro, a diferença entre leste e oeste chegou a 50 pontos percentuais, indicando menor oferta de equipamentos e menor frequência para estes residentes. Os locais de diversão mais frequentados estavam na zona leste e apesar dos residentes do lado oeste também os frequentarem, se concentraram principalmente em sua própria vizinhança. A segregação para o lazer também se deu dentro da periferia, com os residentes do sul não frequentando os espaços do oeste, apresentando uma cidade marcada por desigualdades e segregações.
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