Ampliando os clássicos da Sociologia a partir de Ibn Khaldun (1332-1406)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20336/rbs.920

Palavras-chave:

Ibn Khandun, Sociologia Clássica, Eurocentrismo

Resumo

Pode-se afirmar que o que consideramos como clássicos na Sociologia é consensual, ainda que esse consenso seja relativamente recente. De modo geral, remetemos a autores brancos, homens e europeus o papel de clássicos nas Ciências Sociais, ignorando o que fora produzido no mesmo período, ou ainda em período anterior, em outras partes do mundo. Nos últimos anos tem havido um movimento de reanálise da obra de Ibn Khaldun (1332-1406), pensador tunisiano que poderia ser apontado como predecessor da Sociologia moderna. Neste trabalho, busco realizar uma reflexão sobre as possibilidades de ampliação dos clássicos da Sociologia a partir da obra de Khaldun, apresentando brevemente alguns de seus conceitos centrais, assim como contextualizando sua recepção no Brasil.

Biografia do Autor

Amurabi Oliveira, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutor em Sociologia (UFPE), Livre-Docente em Cultura e Educação (Unicamp). Professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Pesquisador do CNPq.

Referências

Abdullahi, Ali A., & Salawu, Bashir (2012). Ibn Khaldun: A Forgotten Sociologist? South African Review of Sociology, 43(3), 24–40.

Alatas, Syed Farid (2006), Ibn Khaldūn and contemporary sociology. International sociology 21 (6) 782-795.

Alexander, Jeffrey C. (1999). A importância dos clássicos. In: Giddens, Anthony; Turner, Jonathan. Teoria social hoje. São Paulo: Editora UNESP. 23-81.

Araújo, Richard Max. (2007) Ibn Khaldun: a ideia de decadência dos Estados. São Paulo: Humanitas,

Arruda, Bárbara Ribeiro. (2021). O Sentido De Luxúria Para Ibn Khaldun (1332-1406) e a Decadência Das Sociedades Urbanas E Dos Califados. Revista Cadernos de Clio, 11 (2), 97-124.

Baali, Fuad. (1988). Society, State, and Urbanism: Ibn Khaldun’s Sociological Thought. Albany: State University of New York Press.

Barreira, Irlys; Lima, Jacob Carlos; Côrtes, Soraya. (2018). A sociologia fora do eixo: diversidades regionais e campo da pós-graduação no Brasil. Revista Brasileira de Sociologia, 6 (13), 76-103.

Bodart, Cristiano; Cigales, Marcelo. (2021). O ensino de sociologia no século XIX: experiências no estado do Amazonas, 1890-1900. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, 28, 123-145.

Castro, Celso. (2022). Apresentação. In: Celso, Castro. Além do Cânone: para ampliar e diversificar as ciências sociais. Rio de Janeiro: FGV Editora, 9-12.

Connell, Raewyn. (2019). Canons and colonies: the global trajectory of sociology. Estudos Históricos 32 (67), 349-367.

Connell, Raewyn. (2012). A iminente revolução na teoria social. Revista brasileira de ciências sociais, 27 (80), 9-20.

Connell, Raewyn. (2007). Southern Theory: The Global Dynamics of Knowledge in Social Science. Cambridge: Polity Press.

Connell, Raewyn. (1997). Why is classical theory classical? American Journal of Sociology, 102 (6), p. 1511-57.

Costa, Sérgio. (2006). Desprovincializando a sociologia: a contribuição pós-colonial. Revista brasileira de ciências sociais, (21), 117-134.

Daglione, Vivaldo Wenceslau Flor. (1960). Resenha de: Os Prologômenos ou Filosofia Social. Revista de História, 20(41), 269-272.

Duarte, Josias Abdalla (2007). Notas sobre o pensamento historiográfico de Ibn Khaldun (1332-1406). VII EIEM–Encontro Internacional de Estudos Medievais: Idade Média: permanência, atualização, residualidade. Fortaleza: ABREM/UFC, 401-403.

Durkheim, Émile. (2008). Montesquieu e Rousseau: pioneiros da sociologia. São Paulo: Madras.

Ibrahim, Saad Eddin (1997). Cross-eyed sociology in Egypt and the Arab world. Contemporary Sociology, 26(5), 547-551.

Khaldun, Ibn. (1960) Os Prolegômenos ou Filosofia Social. Tomo terceiro. São Paulo: Editora Comercial Safady Limitada.

Khaldun, Ibn. (1959) Os Prolegômenos ou Filosofia Social. Tomo segundo. São Paulo: Editora Comercial Safady Limitada.

Khaldun, Ibn. (1958) Os Prolegômenos ou Filosofia Social. Tomo primeiro. São Paulo: Editora Comercial Safady Limitada.

Maia, João Marcelo Ehlert. (2017). História da sociologia como campo de pesquisa e algumas tendências recentes do pensamento social brasileiro. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, 24, 111-128.

Martineau, Harriet. Como observar: morais e costumes. Governador Valadares: Fernanda Cupertino Alcântara, 2021.

Martins, Paulo Henrique; Guerra, Juliana de Farias Pessoa. (2013). Durkheim, Mauss e a atualidade da escola sociológica francesa. Sociologias, 15, 186-218.

Matos, Cristina. (2012). As muitas faces de Durkheim: a atualidade de um clássico. Politica & Trabalho, 37, 337-344.

Meucci, Simone. (2011). Institucionalização da sociologia no Brasil: primeiros manuais e cursos. São Paulo, Hucitec; FAPESP.

Miceli, Sérgio. (1989). Condicionantes do desenvolvimento das ciências sociais. In: MICELI, S. (Org.). História das ciências sociais no Brasil Vol. 1l. São Paulo: Editora Vértice/Idesp/Finep. p. 72-110.

Moreira, Beatriz Bissio. (2013). O mundo falava árabe: A civilização árabe-islâmica clássica através da obra de Ibn Khaldun e Ibn Battuta. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

Oliveira, Amurabi. (2021). A Sociologia como uma Ciência Social no Brasil. Estudios Sociales, 60 (1), 125-141.

Oliveira, Amurabi. (2013). Revisitando a história do ensino de Sociologia na Educação Básica. Acta Scientiarum. Education, 35 (02), 179-189.

Oliveira, Márcio. (2015). O ensino da teoria sociológica em alguns cursos de Ciências Sociais de universidades públicas brasileiras. Política & Sociedade, 14 (31), 87-113.

Parsons, Talcott (2010a). Estrutura da ação social Vol. 1 - Marshall, Pareto, Durkheim: Um estudo de teoria social com especial referência a um grupo de autores europeus recentes: Volume 1. Petrópolis: Vozes.

Parsons, Talcott. (2010b). Estrutura da ação social Vol. II - Weber: Um estudo de teoria social com especial referência a um grupo de autores europeus recentes: Volume 2. Petrópolis: Vozes.

Ribeiro, Gustavo Lins. (2011). Antropologia da globalização: circulação de pessoas, mercadorias e informações. Série Antropologia, Brasília, 435, 1-33.

Rodrigues, Lidiane Soares. (2016). Leitores e leituras acadêmicas de Karl Marx (São Paulo, 1958-1964). Intelligere, 2 (1), 1-19.

Romero, Daniel. (2005). Marx e a técnica: um estudo dos manuscritos de 1861-1863. São Paulo: Expressão Popular.

Safady, Jorge Salim. (1967). I Semana do Mundo Árabe e inauguração do Centro Brasileiro de Estudos Árabes (CEBEA). Revista de História, 35(71), 195-201.

Sell, Carlos Eduardo. (2014). Weber no Século XXI: desafios e dilemas de um paradigma weberiano. Dados, 57, 35-71.

Souza, Jessé. (2000). A atualidade de Max Weber. Brasília: Editora Universidade de Brasília.

Soyer, Mehmet; Gilbert, Paul. (2012). Debating the origins of sociology: Ibn Khaldun as a founding father of sociology. International Journal of Sociological Research, 5 (1-2), 13-30.

Trindade, Hélgio. (2018). “Disciplinarização” e construção institucional da sociologia nos países fundadores e sua reprodução na América Latina. Sociologias, 20, 210-256.

Weiss, Raquel; Benthien, Rafael Faraco. (2017). 100 anos sem Durkheim. 100 anos com Durkheim. Sociologias, 19, 16-36, 2017.

Downloads

Publicado

05/12/2023

Como Citar

Oliveira, A. (2023). Ampliando os clássicos da Sociologia a partir de Ibn Khaldun (1332-1406). Revista Brasileira De Sociologia - RBS, 11(27), 81–102. https://doi.org/10.20336/rbs.920