O lugar das “ideias fora do lugar” na crise da sociologia

Marcos Aurélio Lacerda da Silva

doi:10.20336/rbs.1095

Autores

Marcos Aurélio Lacerda da Silva Universidade Federal de Pelotas https://orcid.org/0000-0002-9810-198X

DOI:

https://doi.org/10.20336/rbs.1095

Palavras-chave:

teoria crítica, modernidade, capitalismo, periferia, pensamento brasileiro

Resumo

A proposta do artigo é apresentar uma teoria crítica da modernidade alternativa ao cânone das teorias sociais e sociológicas da Europa e dos EUA e construída a partir da periferia do capitalismo, especialmente nas obras de Antonio Candido, Roberto Schwarz e Paulo Arantes. Um dos seus principais propósitos é explicitar os níveis de articulação entre sociedades periféricas e a dinâmica de funcionamento do capitalismo global através do estudo de formas artísticas pensadas como formalizações estéticas de processos históricos, sociais e políticos. Isso numa visada dialética baseada em Hegel, Marx e Adorno, entre outros, ao lado de uma leitura acurada de parte significativa da tradição do pensamento social brasileiro.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marcos Aurélio Lacerda da Silva, Universidade Federal de Pelotas

Doutor em Sociologia pelo IESP/UERJ, integra o laboratório de teoria social Sociofilo/IFCS/UFRJ e o Núcleo de pesquisa Interseccionalidades (PPGS/UFPEL)

Referências

Arantes, Paulo Eduardo. (1992). Sentimento da dialética na experiência intelectual brasileira. Dialética e dualidade segundo Antonio Candido e Roberto Schwarz. Paz e Terra.

Arantes, Paulo Eduardo. (1997). Providências de um crítico literário na periferia do capitalismo. In: P. Arantes, & O. Arantes. Sentido da formação: três estudos sobre Antonio Candido, Gilda de Mello e Souza e Lucio Costa. (pp. 11-64). Paz e Terra. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-8863.discurso.2005.62567

Arantes, Paulo Eduardo. (2004). A fratura brasileira do mundo: visões do laboratório brasileiro da mundialização. In P. Arantes. Zero à Esquerda. (pp. 31-112). Conrad.

Arantes, Paulo Eduardo. (2021). Formação e desconstrução: uma visita ao museu da ideologia francesa. Editora 34.

Arantes, Paulo, & Arantes, Otília. (1997). Sentido da formação: três estudos sobre Antonio Candido, Gilda de Mello e Souza e Lucio Costa. Paz e Terra.

Ballestrin, Luciana. (2013). América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, (11), 89-117. https://doi.org/10.1590/S0103-33522013000200004 DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-33522013000200004

Campos, Haroldo de. (2011). O sequestro do Barroco na Formação da literatura brasileira. Iluminuras.

Candido, Antonio. (1970). Dialética da malandragem. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, (8), 67-89. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-901X.v0i8p67-89

Candido, Antonio. (1971). Tese e antítese: ensaios. Companhia Editora Nacional.

Candido, Antonio. (1991). De cortiço a cortiço. Novos Estudos CEBRAP, 2(30), 111-129.

Candido, Antonio. (2000). Formação da literatura brasileira. Itatiaia.

Cardoso, Fernando Henrique. (1962). O método dialético na análise sociológica. Revista Brasileira de Ciências Sociais. Belo Horizonte, 2(1), 85-106.

Caux, Luiz Philipe de, & Catalani, Felipe. (2019). A passagem do dois ao zero: dualidade e desintegração no pensamento dialético brasileiro (Paulo Arantes, leitor de Roberto Schwarz). Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, (74), 119-146. https://doi.org/10.11606/issn.2316-901X.v0i74p119-146 DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-901X.v0i74p119-146

Césaire, Aimé. (1978). Discurso sobre o colonialismo. Livraria Sá Costa Editora.

Fanon, Frantz. (2020). Pele negra, máscaras brancas. Trad. de Sebastião Nascimento. Ubu Editora.

Fanon, Frantz. (2005). Os condenados da terra. Editora UFJF

Fischer, Luís Augusto. (2021). Duas formações, uma história: das ideias fora do lugar ao perspectivismo ameríndio. Editora Arquipélago.

Kehl, Maria Rita. (2018). Bovarismo brasileiro. Editora Boitempo.

Maia, João Marcelo E. (2009). Pensamento brasileiro e teoria social: notas para uma agenda de pesquisa. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 24(71), 155-168. https://doi.org/10.1590/S0102-69092009000300011 DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-69092009000300011

Martins, Paulo Henrique. (2019). Teoria crítica da colonialidade. Ateliê de Humanidades.

Miceli, Sérgio. (2007). O chão nas nuvens: ensaios de Roberto Schwarz entre arte e ciência. In: M. E. Cevasco, & M. Ohata. Um crítico na periferia do capitalismo: reflexões sobre a obra de Roberto Schwarz. Companhia das Letras.

Nobre, Marcos, & Rego, José. (1998). Conversa com filósofos brasileiros. Ed. 34.

Querido, Fabio M. (2024). Lugar periférico, ideias modernas: aos intelectuais paulistas as batatas. Editora Boitempo.

Ramos, Nuno. (nov. 2013). No Palácio de Moebius: João Gilberto, Lygia Clark, Graciliano Ramos, Mira Schendel e a modernidade brasileira girando na vitrola sem parar. Revista Piauí, (86).

Rangel, Ignácio. (2005). Dualidade básica da economia brasileira (1957). In: C. Benjamin (org.). Obras Reunidas. (Vol. 1, pp.285-354). Contraponto.

Rodrigues, Lidiane S. (2011). A produção social do marxismo universitário em São Paulo: mestres, discípulos e um seminário (1958-1978). Tese (Doutorado em História Social), Universidade de São Paulo.

Safatle, Vladimir. (2019). Dar corpo ao impossível: o sentido da dialética a partir de Theodor Adorno. Editora Autêntica.

Said, Edward W. (2007). Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. Companhia das Letras.

Santiago, Silviano. (2000). O entrelugar do discurso latino-americano. (1971). In: S. Santiago. Uma literatura nos trópicos: ensaios sobre dependência cultural. (pp. 9-26). Rocco.

Schwarz, Roberto. (1978). Cultura e política, 1964-1969. In: R. Schwarz. O pai de família. Paz e Terra.

Schwarz, Roberto. (1987a). Pressupostos, salvo engano, de dialética da malandragem. In: R. Schwarz. Que horas são? Companhia das Letras. (Publicado originalmente em 1979).

Schwarz, Roberto. (1987b). Nacional por subtração. In: R. Schwarz. Que horas são? Companhia das Letras.

Schwarz, Roberto. (1999). Um seminário de Marx. In: R, Schwarz Sequências Brasileiras. Companhia das Letras.

Schwarz, Roberto. (2000a). Ao vencedor as batatas: forma literária e processo social nos inícios do romance brasileiro. Duas Cidades/Editora 34. (Publicado originalmente em 1977).

Schwarz, Roberto. (2000b). Um mestre na periferia do capitalismo: Machado de Assis. Duas Cidades/Editora 34. (Publicado originalmente em 1990).

Schwarz, Roberto. (2012a) Leituras em competição. In: R. Schwarz. Martinha versus Lucrécia: ensaios e entrevistas. (pp.9-43). Companhia das Letras.

Schwarz, Roberto. (2012b) Na periferia do capitalismo. In: R. Schwarz. Martinha versus Lucrécia: ensaios e entrevistas. (pp. 280-304). Companhia das Letras.

Schwarz, Roberto. (2012c). Por que ideias fora do lugar? In: R. Schwarz. Martinha versus Lucrécia: ensaios e entrevistas. (pp. 165-172). Companhia das Letras.

Schwarz, Roberto (2018). As ideias fora do lugar. Coleção Cadernos Ultramares. Editora OCA/Azougue. (Publicado originalmente em 1973).

Xavier, Ismail. (1990). Alegoria, modernidade, nacionalismo. Novos Rumos, 5(16), 49-72.

Wisnik, José Miguel. (2003). Machado maxixe: o caso pestana. Teresa. Revista de Literatura Brasileira, (4/5), 13-79. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2447-8997.teresa.2003.116360