Mobilidades e infraestruturas

algumas possibilidades interpretativas

Visualizações: 380

Autores

  • Bianca Freire-Medeiros Universidade de São Paulo
  • Alexandre Magalhães Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Palloma Menezes Universidade do Estado do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.20336/rbs.976

Palavras-chave:

sociologia urbana, materialidades, fluxos, desigualdades socioespaciais, cidades]

Resumo

Desde o início dos anos 2000, o debate em torno das desigualdades e dos conflitos urbanos vem sendo balizado pelas grades analíticas das mobilidades ou das infraestruturas. No dossiê a que se refere este texto de apresentação, propõe-se algumas convergências interpretativas entre esses dois planos de referência, tomando as mobilidades e as infraestruturas como transversais, interligadas e complementares. O que acontece com as infraestruturas quando conferimos centralidade ao movimento e as pensamos como potencialmente móveis? O que acontece com as mobilidades quando as concebemos como espacialmente situadas e habilitadas por infraestruturas que podem manter, acelerar ou suspender os fluxos? Nos cinco artigos e na entrevista que compõem o dossiê, essas indagações levam a diferentes territórios empíricos no Brasil e em Portugal, assim como a experimentações metodológicas e conceituais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ADEY, P. Aerial life: Spaces, mobilities, affects. John Wiley & Sons. 2010.

_____. If mobility is everything then it is nothing: Towards a relational politics of (im) mobilities. Mobilities, 1(1), 75-94, 2006.

ADEY, P. et al. Introduction: spaces, systems, infrastructures. In: The Routledge Handbook of Mobilities. London: Routledge, 2014.

ALLIS, T.; MORAES, C. M. S.; SHELLER, M. Revisitando as mobilidades turísticas. Revista Turismo em Análise, v. 31, n. 2, p. 271-295, 2020.

ANAND, N. et al (eds.). Promise of infrastructure. Durham: Duke UP, 2018.

APPEL, H.; ANAND, N.; GUPTA, A. "Introduction: Temporality, politics, and the promise of infrastructure." The promise of infrastructure. Duke University Press, 1-38, 2018.

ARAUJO, M.; CAVALCANTI, M. Autoconstrução e produção da cidade: outra genealogia dos estudos das infraestruturas urbanas. Estudos Avançados, v. 37, p. 7-24, 2023.

BÜSCHER, M.; URRY, J.; WITCHGER, K. (ed.). Mobile methods. Routledge, 2010.

BÜSCHER, M.; VELOSO, L. Métodos móveis. Tempo Social, v. 30, p. 133-151, 2018.

CARMO, R. M.; HEDBERG, C. Translocal mobility systems: Social inequalities and flows in the wild berry industry. Geoforum, v. 99, pp. 102–110, 2019.

CRESSWELL, T. On the move: Mobility in the Modern Western World. London: Routledge, 2006.

ELLIOTT, A.; URRY, J. Mobile lives. Londres: Routledge, 2010.

FREIRE-MEDEIROS, B. “A aventura de uns é a miséria de outros”: mobilidades socioespaciais e pobreza turística. São Paulo, tese de livre-docência em Sociologia das Mobilidades, Universidade de São Paulo, 2022.

FREIRE-MEDEIROS, B.; ADERALDO, G.; DUARTE, F. Fronteiras, ativismos e (i)mobilidades: perspectivas estético-políticas. Cadernos de Arte e Antropologia, v. 11, n. 1, p. 3-14, 2022.

FREIRE-MEDEIROS, B.; TELLES, V.; ALLIS, T. “Por uma teoria social ‘on the move’”. Tempo Social, 30 (2): 1-16, 2018. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2018.142654.

FREIRE-MEDEIROS, B.; MOTTA, L.; FROMM, D. “Carros globais, desigualdades transnacionais: sobre a economia (in)formal de veículos”. Tempo Social, 35(1), 5-15. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2023.208976

FREIRE-MEDEIROS, B.; LAGES, M. “A virada das mobilidades: fluxos, fixos e fricções”. Revista Crítica de Ciências Sociais, n. 123, p. 121–142, 2020.

HANNAM, K. et al. “Mobilities, immobilities, and moorings”. Mobilities, 1 (1): 1-22, 2006.

JUNG, P. R. & BUHR, F. Channelling mobilities: migrant-owned businesses as mobility infrastructures, Mobilities, 17:1, 119-135, 2022.

LAGES, M. Os chefs e suas criações: mobilidades culinárias nos restaurantes de São Paulo. Tese de doutorado em Sociologia, Universidade de São Paulo, 2023.

LARKIN, B. "Políticas e poéticas da infraestrutura". Revista Anthropológicas 31.2, 2020.

LEFEBVRE, H. A produção do espaço. Trad. Doralice Barros Pereira e Sérgio Martins (do original: La production de l'espace. 4e éd. Paris: Éditions, 1974), 2006.

MAGALHÃES, A. (Sobre)viver é habitar no/em movimento: as experiências urbanas das populações pobres e negras. Apresentação em Mesa Redonda. 33ª RBA - Reunião Brasileira de Antropologia, 2022.

MANO, A. D. “Morro de medo: regimes de mobilidades após uma década de Unidades de Polícia Pacificadora em favelas do Rio de Janeiro”. Ponto Urbe, 28, 2021.

_____. A vida social da estátua de Michael Jackson na favela Santa Marta, Rio de Janeiro: uma perspectiva móvel sobre regimes de valor. Etnográfica, v. 27, p. 137-159, 2023.

MANO, A. D.; MENEZES, P. V. Alerta Santa Marta: Dispositivos de (Contra) Vigilância em Favelas no Rio de Janeiro. ANTROPOLÍTICA: Revista contemporânea de antropologia, p. 147-173, 2021a.

MANO, A. D.; MENEZES, P. V. “Pedir ajuda”, “fazer pressão” e “estar alerta”: reconfigurações entre performances políticas em favelas “pacificadas”. O Público e o privado, v.19, 2021b.

McCALLUM, S.; ZUNINO SINGH, D. “Infraestructuras de movilidad”. ZUNINO SINGH, D.; JIRÓN, P.; GIUCCI, G. (orgs.) Nuevos términos claves para los estudios de movilidad en América Latina. Buenos Aires: Teseo, 2023.

MENDES, V. “Orgullo y Devoción": seguindo as fraternidades folclóricas bolivianas em São Paulo. Dissertação (Mestrado em Sociologia) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2021a. doi:10.11606/D.8.2021.tde-01092021-174531.

MENDES, V. A cidade em festa: fraternidades folclóricas bolivianas em São Paulo. Brazilian Journal of Latin American Studies, v. 20, n. 39, p. 213-236, 2021b.

MENEZES, P. V. Entre o fogo cruzado e o campo minado: a “pacificação” das favelas cariocas. Rio de Janeiro, Editora UFRJ, 2023.

MENEZES, P. V.; MANO, A. D. Sanitização comunitária, articulações e trocas de conhecimentos para “cuidar dos nossos”: Entrevista com Thiago Firmino, liderança da favela Santa Marta, Rio de Janeiro. Revista Dilemas IFCS-UFRJ, v. Reflexões da pandemia, 2020.

MERRIMAN, P. Mobility, Space and Culture. Routledge, London, 2012.

_____. “Mobility infrastructures: modern vision, affective environments and the problem of car parking”. Mobilities vol. 11, n. 1, p. 83-98, 2016.

Milbourne, P., Kitchen, L., “Rural mobilities: connecting movement and fixity in rural places”. Journal of Rural Studies 34, 326–336, 2014.

MILBOURNE, P.; KITCHEN, L. Rural mobilities: Connecting movement and fixity in rural places. Journal of Rural Studies, v. 34, p. 326-336, 2014.

MOL, A.; MESMAN, J. Neonatal food and the politics of theory: Some questions of method. Social studies of science, v. 26, n. 2, p. 419-444, 1996.

NOGUEIRA, M. A. (ed.). Alternative (im) mobilities. Taylor & Francis, 2022.

NOGUEIRA, M. A.; MORAES, C. (orgs.). Brazilian Mobilities. Londres: Routledge, 2020.

ONG, A. Introduction Worlding Cities, or the Art of Being Global. In: ROY, A.; ONG, A. (ed.). Worlding Cities: Asian Experiments or the Art of Being Global . Blackwell, 2011.

RODRIGUES, F. J.; FELTRAN, G.; ZAMBON, G. (orgs.). Expansão das facções, mutação dos mercados ilegais. Novos estudos CEBRAP, v. 42, 2023.

SHAMIR, R. Without Borders? Notes on Globalization as a Mobility Regime. Sociological Theory, 23(2), pp. 197-217, 2005.

SHELLER, M. “From spatial turn to mobilities turn”. Current Sociology, vol. 65, n. 4: pp. 623-639, 2017.

_____. “Theorising mobility justice”. Tempo Social [online] v. 30, n. 2, pp. 17- 34, 2018.

SIMONE, A. M. Infrastructure as instigation. In: Attention to infrastructure offers a welcome reconfiguration of anthropological approaches to the political. Critique of Anthropology, 2016.

STAR, S. L. “A etnografia da infraestrutura”. Anthropológicas, 24, 31(2):61-85, 2020.

URRY, J. Global Complexities. Cambridge: Polity Press, 2003.

_____. Mobile sociology. The British journal of sociology, 51(1), 185-203, 2000.

______Mobilities. Cambridge: Polity Press, 2007.

URRY, J.; LARSEN, J. O olhar do turista. São Paulo: SESC, 2021.

VAILATI, A. e D´ANDREA, A. “Antropologia da Infraestrutura no Brasil: Desafios teóricos e metodológicos em contextos emergentes”. Anthropológicas, 24, 31(2): 3-27, 2020.

VIDAL E SOUZA, C.; GUEDES, A. (orgs.). Antropologia das mobilidades. Brasília: ABA Publicações, 2021.

VIDAL E SOUZA, C. Mobilidade e cidade: epistemologia e pesquisa. Tempo Social, 35(1), 217-236, 2023. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2023.196609

WIIG, A; SILVER, J. Turbulent presents, precarious futures: Urbanization and the deployment of global infrastructure. Regional Studies, v. 53, n. 6, p. 912-923, 2019.

WIIG, A. et al. Infrastructuring Urban Futures: The Politics of Remaking Cities. Bristol University Press, 2023.

WIMMER, A.; GLICK SCHILLER, N. Methodological nationalism and beyond: nation–state building, migration and the social sciences. Global networks, 2(4), 301-334, 2002.

ZUNINO SINGH, D. “Cidades, práticas e representações em movimento: notas para uma análise cultural da mobilidade como experiência urbana”. Tempo Social, 30(2), 35-54, 2018. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2018.142171

ZUNINO SINGH, D. Urban Infrastructure: Historical and Social Dimensions of an Interconnected World ed. by Joseph Heathcott, Jonathan Soffer, and Rae Zimmerman. Technology and Culture, v. 64, n. 3, p. 946-948, 2023.

ZUNINO SINGH, D.; GRUSCHETSKY, V; PIGLIA, M. (orgs.) Pensar las infraestructuras en Latinoamérica. Buenos Aires: Teseo Press, 2021.

Downloads

Publicado

10/26/2023

Como Citar

Freire-Medeiros, B., Magalhães, A., & Menezes, P. (2023). Mobilidades e infraestruturas: algumas possibilidades interpretativas. Revista Brasileira De Sociologia - RBS, 11(28), 5–23. https://doi.org/10.20336/rbs.976

Edição

Seção

Dossiê (I)mobilidades socioespaciais