Evocações e disputas sobre o “clima da abertura” durante o período de transição no Brasil (1974-1985)

Visualizações: 567

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20336/rbs.535

Resumo

“O período de abertura” não foi um rótulo posterior para os anos entre 1974 e 1985, foi, na verdade, uma autoimagem social do período. A percepção de que se vivia um período de abertura circulou amplamente, sendo este rótulo um elemento ativo no processo. Este artigo busca ajudar na compreensão desse processo, focando-se nas disputas envoltas do termo “clima de abertura”. Analisamos as profusas evocações do “clima de abertura”, delineando como essas evocações foram parte das disputas do processo de abertura entre governo e oposição, mas também na sociedade civil. Para isso, articulamos a compreensão desse processo com uma pesquisa preliminar das citações do “clima de abertura” em três importantes jornais brasileiros.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Paulo Gajanigo, Universidade Federal Fluminense

Professor Adjunto do Departamento de Ciências Sociais da UFF, docente do Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política da UENF e do Programa de Cultura e Territorialedades da UFF.

Referências

ANDERSON, Ben (2014), Encountering affect: capacities, apparatuses, conditions.

Burlington: Ashgate.

BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos (1983), “Os limites da ‘abertura’ e a sociedade civil”. Revista de Administração de Empresas, v.23, n.4, pp.05-14.

CLOUGH, Patricia (2008), “The Affective Turn Political Economy, Biomedia and Bodies”. Theory, Culture & Society, v. 25, n.1, pp. 1–22.

CODATO, Adriano (2005), “Uma história política da transição brasileira: da ditadura militar à democracia”. Rev. Sociologia e Política, n.25, pp. 83-106.

CONEJERO, Susan; ETXEBARRIA, Itziar (2007). “The Impact of the Madrid Bombing on Personal Emotions, Emotional Atmosphere and Emotional Climate”. Journal of Social Issues, v. 63, n. 2, pp. 273-287.

D’ARAUJO, Maria Celina; CASTRO, Celso (1997), Ernesto Geisel. Editora Fundação Getúlio Vargas: Rio de Janeiro.

DE RIVERA, Joseph (1992), “Emotional climate: Social structure and emotional dynamics”. In: STRONGMAN, K. T. (org.), International review of studies on emotion New York: John Wiley & Sons, pp.197–218.

DE RIVERA, Joseph; PAEZ, Darío (2007), “Emotional Climate, Human Security, and Cultures of Peace”. Journal of Social Issues, v. 63, n. 2, pp. 233-253.

DINIZ, Eli (1985), “A transição política no Brasil: uma reavaliação da dinâmica da abertura”. Dados – Revista de Ciências Sociais, v. 28, n. 3, pp. 329-346.

DUARTE, Celina (1983), “Imprensa e redemocratização no Brasil”. Dados – Revista de Ciências Sociais, v. 26, n. 2, pp. 181-195.

FELSKI, Rita; FRAIMAN, Susan (2012), “Introduction”. New Literary History, v. 3, n. 43, pp. v-xii.

FLATLEY, Jonathan (2008), Affective Mapping: Melancholia and the Politics of Modernism. Cambridge: Harvard University Press.

FORGET, Danielle (1994). Conquistas e resistências do poder. São Paulo: EDUSP.

GUMBRECHT, Hans Ulrich (2015), Atmosfera, ambiência, Stimmung: sobre um potencial oculto da literatura. Rio de Janeiro: Contraponto Editora.

HIGHMORE, Ben (2013), “Feeling our way: mood and cultural studies”. Communication and Critical/Cultural Studies. v. 10, n. 4, pp.427-438.

HOEVELER, Rejane (2012), Samuel Huntington e a transição gradualista no Brasil (1972-1974). Colóquio Internacional Colapso das Ditaduras: Sul da Europa, América Latina, Leste Europeu e África do Sul – História e Memória, Rio de Janeiro, Brasil, 24 a 26 de outubro.

HUNTINGTON, Samuel (1973), Abordagens da descompressão política. Manuscrito disponível no Arquivo do CPDOC, Arquivo Paulo Nogueira Batista, Fundo Hebert José de Souza.

INWOOD, Michael (2002), Dicionário Heidegger. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

LEMOS, Renato (2014), “A conexão Harvard e a política de descompressão: sobre as origens da transição política no brasil pós-64”. Tempos Históricos, v. 18, 2º sem., p. 559-590.

LEWIN, Kurt; LIPPITT, Ronald; WHITE, Ralph (1939), “Patterns of aggressive behavior in experimentally created ‘social climates’”. Journal of Social Psychology, n. 10, pp. 271-299.

MASSUMI, Brian (2002), Parallels of virtual: movement, affect, sensation. Durham: Duke Universtity Press.

RIBEIRO, Santuza; BOTELHO, Isaura (2005), “A televisão e o poder autoritário”. In: NOVAES, A. (org.). Anos 70: ainda sobre a tempestade. Rio de Janeiro: Aeroplano; Senac Rio, pp.473-477.

SCHWARTZMAN, Simon (1969), “Desenvolvimento e abertura política” Dados - Revista de Ciências Sociais, n. 6, pp. 24-56.

SEIGWORTH, Greg (2003), “Fashioning a stave, or, singing life”. In: SLACK, J. D. (org.). Animations of Deleuze and Guattari, New York: Peter Lang, pp. 75-105.

Fontes:

A POSIÇÃO do governo. O Estado de S. Paulo. São Paulo, 31 de outubro de 1978, p.32.

ARENISTA: Radicais do MDB impedem distensão. O Globo, Rio de Janeiro, 17 de Setembro de 1977, O País, p.6.

AS GRANDES metas do governo Geisel. O Globo, Rio de Janeiro. 20 de março de 1974, Capa, p.1.

AS GRANDES metas do governo Geisel. O Globo. Rio de Janeiro, 20 de março de 1974. Capa, p.1.

CHRYSOSTOMO, A. “‘Natureza’, o sertão urbanizado na música de Ruy Maurity”. O Globo, Rio de Janeiro. 15 de maio de 1980, p.35.

CIMI faz crítica à nomeação na Funai. O Estado de S. Paulo. São Paulo, 02 de novembro de 1979, p.9.

COSTA expõe diretrizes do governo ao Ministério. Folha de S. Paulo. São Paulo, 17 de março de 1967. Primeiro caderno, p.6.

CREPÚSCULO e alvorada. Folha de S. Paulo. São Paulo, 13 de fevereiro de 1977. Primeiro caderno, p.2.

DELEGADO detém os estudantes. O Estado de S. Paulo. São Paulo, 25 de março de 1980. p.2.

DELFIM e Simonsen irão depor na CPI dos salários. Folha de S. Paulo. São Paulo, 27 de agosto de 1978. Primeiro caderno, p.47.

FRASES. Folha de São Paulo. São Paulo, 30 de abril de 1979. Primeiro caderno, p.2.

MÉDICI define os objetivos prioritários do governo. Folha de S. Paulo. São Paulo, 11 de março de 1970. Primeiro caderno, p.3.

MEMÓRIAS de amor. Folha de S. Paulo, São Paulo. 19 de abril de 1979. Ilustrada, p.48.

METÁFORAS e contestações, coisas de um teatro chato. Folha de S. Paulo, São Paulo. 14 de dezembro de 1980. Folhetim, p.9.

MONTORO quer criar clima para abertura. O Estado de S. Paulo. São Paulo, 07 de fevereiro de 1979, p.4.

PETRÔNIO: A democracia está sendo consolidada. O Globo. Rio de Janeiro, 01 de março de 1974. O País, p.3.

TÁVOLA, Arthur. “E de repente o Brasil também virou protagonista na televisão”. O Globo, Rio de Janeiro. 19 de agosto de 1980, p.36.

TELEJORNALISMO, anos 80: terminou a censura, mas nem tudo está no vídeo. O Estado de S. Paulo. São Paulo, 03 de fevereiro de 1980, p.37.

Downloads

Publicado

01/21/2020

Como Citar

Gajanigo, P. (2020). Evocações e disputas sobre o “clima da abertura” durante o período de transição no Brasil (1974-1985). Revista Brasileira De Sociologia - RBS, 8(18). https://doi.org/10.20336/rbs.535

Edição

Seção

Artigos em fluxo contínuo