As Elites de Cor: Thales de Azevedo e o Projeto UNESCO de Relações Raciais no Brasil
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https://doi.org/10.20336/rbs.206Resumo
Este artigo tem por objetivo abordar a participação de Thales de Azevedo no ciclo de pesquisas sobre as relações raciais no Brasil, patrocinado pela UNES- CO no início da década de 1950, e, sobretudo, abordar sua investigação que resultou no livro As Elites de Cor: um estudo de ascensão social. Em seu estu- do, o processo de modernização da sociedade baiana, os desafios à tradição e a dinâmica da mobilidade social são concebidos como potenciais geradores de conflito racial. Esses resultados revelam uma densa pesquisa socioantro- pológica das relações entre negros, mulatos e brancos em Salvador, ainda que, por vezes, coloquem em tensão as linhas interpretativas mais gerais de seu trabalho sobre a alegada convivência racial harmônica. Inicialmente o artigo versa sobre a trajetória de Thales de Azevedo da medicina social à antropolo- gia. A segunda parte do texto se atém ao contexto de produção da investigação e a análise de “As Elites de Cor”. Diferente da visão comumente aceita de que a intenção do projeto UNESCO de relações raciais era demonstrar que o Bra- sil representava uma espécie de paraíso racial, o estudo socioantropológico de Thales de Azevedo evidencia que, desde o início do ciclo de pesquisas da UNESCO, houve um interesse da instituição em abordar as desigualdades sociorraciais no Brasil. A investigação da dinâmica da ascensão social das pessoas de cor foi um importante desafio assumido pela agência internacional para tornar inteligíveis as assimetrias raciais.
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