Escultores de sonhos, coaches de corpos
“bem-estar”, saúde e estética neoliberal no Instagram
Visualizações: 52DOI:
https://doi.org/10.20336/rbs.1010Palavras-chave:
bem-estar, saúde, estética neoliberal, gestão de si, InstagramResumo
As normas e saberes da racionalidade neoliberal exercem efeitos significativos sobre os comportamentos e mentalidades dos indivíduos, seguindo uma perspectiva de vida social fundamentada na lógica de mercado e no ideal empresarial do sujeito. Entre os domínios afetados por esse paradigma encontra-se a área da saúde, que passa a ser influenciada pelo discurso da gestão e do aprimoramento individual. Este artigo propõe analisar os impactos da cultura neoliberal sobre as concepções de saúde e bem-estar, concentrando-se nos modos como textos, vídeos e imagens são produzidos em perfis do Instagram de profissionais especializados em transformação estética. Através da observação desses perfis, buscamos examinar os discursos relacionados às categorias de saúde, corpo, autocuidado e bem-estar, considerando sua relevância como recursos na gestão pessoal e no culto ao desempenho.
Downloads
Referências
Benjamin, Walter. (2012). A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. Zouk.
Bruno, Fernanda, Bentes, Anna, & Faltay, Paulo. (2019). Economia psíquica dos algoritmos e laboratório de plataforma: mercado, ciência e modulação do comportamento. Revista Famecos, 26 (3), e-33095. https://doi.org/10.15448/1980-3729.2019.3.33095
Cabanas, Edgar, & Illouz, Eva (2022). Happycracia – fabricando cidadãos felizes. Ubu Editora.
Casaqui, Vander. (2020). O papel da narrativa no projeto da sociedade empreendedora e na cultura da inspiração. E-compós, 23, ec. 1850. https://doi.org/10.30962/ec.1850
Dardot, Pierre, & Laval, Christian (2016). A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. 1 ed. Boitempo. E-book. http://www.afoiceeomartelo.com.br/posfsa/autores/Dardot,%20Pierre/A%20nova%20razao%20do%20mundo%20-%20Dardot,%20Pierre.pdf.
Ehrenberg, Alain. (2010). O culto da performance: da aventura empreendedora à depressão nervosa. Ideias & Letras.
Ferraz, Cláudia P. (2019). A etnografia digital e os fundamentos da Antropologia para estudos em redes on-line. Aurora, 12 (35), 46-69.
Goffman, Erving. (2002). A representação do eu na vida cotidiana. 10 ed. Vozes.
Han, Byung-Chul. (2017). Sociedade do cansaço. Vozes.
Han, Byung-Chul. (2021). Sociedade paliativa: a dor hoje. Vozes.
Hellman, Cecil. (2008). Cultura, saúde e doença. Artmed.
Hilário, Leomir. (2022). Máxima heteronomia: reflexões a partir da vida coachificada. Círculo de Giz.
Influencer Marketing Hub. (2024). Benchmark Report. https://influencermarketinghub.com/influencer-marketing-benchmark-report/
Kickbusch, Ilona, Allen, Luke, & Franz, Christian. (2016). The commercial determinants of health. Lancet Glob Health, 4 (12), 895-896. https://doi.org/10.1016/S2214-109X(16)30217-0
Le Breton, David. (2007). A sociologia do corpo. 2 ed. Vozes.
Manovich, Lev. (2016). Subjects and styles in Instagram photography. http://manovich.net/index.php/projects/subjects-and-styles-in-instagram-photography-part-1
Neves, Antonio et al. (2021). A psiquiatria sob o neoliberalismo: da clínica dos transtornos ao aprimoramento de si. In: V. Safatle, N. Silva Junior, & C. Dunker (Orgs.). Neoliberalismo como gestão do sofrimento psíquico. (pp. 125-176). Autêntica.
Nielsen. (2023). Getting closer influencers help brands build more. https://www.nielsen.com/pt/insights/2022/getting-closer-influencers-help-brands-build-more-personal-consumer-connections/
OMS (Organização Mundial da Saúde). (2002). Relatório Mundial da Saúde 2001. Saúde mental: nova concepção, nova esperança. Lisboa: Direção Geral da Saúde, OMS.Peters, Gabriel. (2023). O que resta da subjetividade: sono, depressão e outras “resistências passivas” à subjetivação capitalista. Revista Brasileira de Sociologia - RBS, 11(29), 177–200. https://doi.org/10.20336/rbs.979.
Peters, Gabriel. (2021). O novo espírito da depressão: imperativos de autorrealização e seus colapsos na modernidade tardia. Civitas: Revista de Ciências Sociais, 21(1), 71–83. https://doi.org/10.15448/1984-7289.2021.1.391504
Pietroforte, Antonio. (2023). Análise do texto visual: a construção da imagem. Contexto.
Pio, Guilherme N. (2024). Autorrepresentações mediadas: um estudo sobre a construção neoliberal do “eu” e do corpo no Instagram. [Dissertação de Mestrado em Sociologia]. Universidade Federal Fluminense.
Ramos, Jair de S. (2019). Machines among the crowd: on the political effects of algorithmic production of social currents. Vibrant, Virtual Braz. Anthr., 16, e-16210. https://doi.org/10.1590/1809-43412019v16a210
Rose, Nicholas. (2019). Our psychiatric future: the politics of mental health. Polity.
Safatle, Vladimir. (2021). A economia é a continuação da psicologia por outros meios: sofrimento psíquico e o neoliberalismo como economia moral. In: V. Safatle, N. Silva Junior, & C. Dunker (Orgs.). Neoliberalismo como gestão do sofrimento psíquico. (pp. 17-46). Autêntica.
Silva, Sérgio (2020). Gozo estético na cultura visual: fotografia memória e alienação social. Appris.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Guilherme Nonato Pio, Leopoldo Guilherme Pio
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).