Sobre quiénes somos y qué dicen que somos

¿qué revelan los rituales de las Comisiones de Heteroidentificación?

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.20336/rbs.902

Palabras clave:

Acción Afirmativa, Igualdad Racial, Comisiones de Heteroidentificación, Acceso a la Educación Superior; Universidad Federal del Estado de Río de Janeiro

Resumen

Una de las prácticas recientes relacionadas con la implementación de políticas de acción afirmativa dirigidas a promover la equidad racial es el establecimiento de Comisiones de Heteroidentificación Racial. Dichas comisiones fueron incorporadas como un paso regular necesario en diferentes procesos de acceso a las instituciones públicas, y cumplen el rol de validar la pertenencia étnico-racial de un candidato y, en consecuencia, de verificar la legitimidad para la ocupación de una plaza destinada a grupos negros, quilombolas o pueblos indígenas.  Este trabajo trató de responder a la siguiente pregunta: ¿qué interferencias se presentan al momento de la apreciación de la pertenencia racial, promovida por las comisiones de verificación? Para ello, se utilizó un enfoque metodológico multidimensional: en un primer nivel, con análisis de documentos, observación de los procedimientos de las comisiones y observaciones producidas a partir de la participación en un curso de preparación para miembros de comisiones; y en un segundo nivel, con entrevistas semiestructuradas dirigidas a los agentes institucionales involucrados en el proceso de apreciación. A partir de la observación del modelo implementado em el grado de la Universidad Federal del Estado de Río de Janeiro, argumentamos que la elaboración de la alteridad desencadenada durante las entrevistas reproduce de  manera ritual dinámicas de poder y conflicto que i) revelan la existencia de tensión entre la objetividad de los procedimientos y la subjetividad de la apreciación y 2ii) actualizar la discusión sobre el sistema de clasificación racial, hasta entonces considerado obsoleto para el debate sobre las relaciones raciales en Brasil.

Biografía del autor/a

Andréa Lopes da Costa Vieira, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Professora Associada no Departamento de Ciência Política da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Doutora em Sociologia pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro.

Ludmila Maria Moreira Lima, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Doutora em Antropologia Social pela Universidade de Brasília e professora associada na Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro-UNIRIO.

Luma Done Miranda, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Doutoranda em Ciências Sociais na Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

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Publicado

02-02-2023

Cómo citar

Costa Vieira, A. L. da, Moreira Lima, L. M., & Done Miranda, L. (2023). Sobre quiénes somos y qué dicen que somos: ¿qué revelan los rituales de las Comisiones de Heteroidentificación?. Revista Brasileña De Sociología, 10(26). https://doi.org/10.20336/rbs.902