Juventude e os sentidos do trabalho
experiências e perspectivas dos cicloentregadores plataformizados
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https://doi.org/10.20336/rbs.958Palavras-chave:
trabalho plataformizado, juventude, entregadores, aplicativos, sentidos do trabalhoResumo
O presente artigo visa discutir as percepções e perspectivas de jovens que realizam o trabalho de entregas por aplicativo sobre esta atividade. A partir da observação de situações de trabalho e entrevistas realizadas na cidade de São Paulo (SP), sobretudo com cicloentregadores – trabalhadores que utilizam a bicicleta para o trabalho de delivery – nossa proposta é verificar que sentidos atribuem ao trabalho e quais elementos levam esses jovens a aderirem a essa atividade, conferindo-lhe, de algum modo, um sentido positivo. A discussão será desenvolvida a partir de três eixos: (1) as dinâmicas de trabalho, (2) as percepções sobre o trabalho regulado e (3) as perspectivas de trabalho e as estratégias mobilizadas pelos trabalhadores. Buscaremos analisar como a proposta do trabalho plataformizado se concretiza e é interpretada por jovens – em geral, das classes populares, moradores de periferias e sem elevada qualificação – que já foram socializados em um contexto em que o trabalho formal e protegido não mais se apresenta como horizonte concreto e no qual os discursos dominantes buscam reforçar constantemente a associação entre juventude e trabalho flexível, sobretudo na chave do empreendedorismo.
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