Autonomia e trabalho intelectual na pós-graduação em Ciências Sociais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20336/rbs.793

Palavras-chave:

Pós-graduação, trabalho intelectual, autonomia, ciências sociais no Brasil, ensino e pesquisa

Resumo

O artigo discute as práticas de trabalho dos cientistas sociais brasileiros atuantes em programas de pós-graduação. A partir de diálogo com a bibliografia sobre o tema, parte-se das seguintes questões: como os professores e pesquisadores vivenciam suas práticas de trabalho, em especial, a docência, a pesquisa e a escrita? A crescente imposição de novos mecanismos burocráticos de controle e avaliação do trabalho estaria ameaçando a autonomia do fazer científico? O texto responde ao problema valendo-se dos resultados de um survey online nacional aplicado em 2018 e de um conjunto de entrevistas realizadas entre 2016 e 2018. Sustenta-se que os cientistas sociais logram produzir espaços de autonomia no seu cotidiano, mas essa negociação permanece individualizada e sem lastro em projetos institucionais ou coletivos.

Biografia do Autor

João Marcelo Ehlert Maia, Fundação Getulio Vargas

Doutor em Sociologia e Professor associado do CPDOC-FGV.

Jimmy Medeiros, Fundação Getulio Vargas

Doutor em Políticas Públicas, Pesquisador do CPDOC e coordenador de Ensino de Graduação da Escola de Ciências Sociais – FGV.

Referências

Beigel, Fernanda. (2014). Publishing from the periphery: structural heterogeneity and segmented circuits. The evaluation of scientific publications for tenure in Argentina’s CONICET. Current Sociology, 62(5), 743-765. https://doi.org/10.1177%2F0011392114533977

Blois, Juan Pedro. (2015). La institucionalización de la sociología en Brasil y Argentina. Formación, organización e intervención de los sociólogos. Estudios Sociológicos, 33(99), 633-658. https://doi.org/10.24201/es.2015v33n99.1393

Braga, Eugênio C. F. (2011). Novos elementos para uma sociologia dos cientistas sociais: a situação ocupacional dos egressos. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 26(76), 103-122. https://doi.org/10.1590/S0102-69092011000200006

Collyer, Fran, Connell, Raewyn, Maia, João M. E., & Morrell, Robert. (2018). Knowledge and global power: making new sciences in the South (1. ed.). Monash University Publishing.

Cordeiro, Mariana C. (2013). Você tem tempo? Uma análise sobre as vivências temporais dos acadêmicos em ciências sociais na sociedade contemporânea [Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio de Janeiro]. https://minerva.ufrj.br/F/?func=direct&doc_number=000803074&local_base=UFR01

Holmwood, John. (2000). Europe and the “Americanization” of British Social Policy. European Societies, 2(4), 453-482. https://doi.org/10.1080/713767001

Hyatt, Susan B., Shear, Boone W., & Wright, Susan. (2015). Learning under neoliberalism: ethnographies of governance in higher education. Berghahn Books.

Keim, Wiebke. (2011). Counterhegemonic currents and internationalization of sociology Theoretical reflections and an empirical example. International Sociology, 26, 123-145. https://doi.org/10.1177%2F0268580909351324

Koch, Tomás, & Vanderstraeten, Raf. (2019). Internationalizing a national scientific community? Changes in publication and citation practices in Chile, 1976-2015. Current Sociology, 67(5), 723-741. https://doi.org/10.1177%2F0011392118807514

Maia, João M. E. (2019). Ciências Sociais, trabalho intelectual e autonomia: quatro estudos de caso sobre nós mesmos. DADOS – Revista De Ciências Sociais, 62(2), 1-33. https://doi.org/10.1590/001152582019178

Maia, João M. E. (2015). Ciências sociais em tempos de crise: novas configurações do trabalho intelectual no Brasil [Projeto de pesquisa financiado pela Faperj por meio do edital Jovem Cientista de Nosso Estado]. Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro.

Medina, Leandro R. (2019). Enacting network, crossing borders: on the internationalization of the social sciences in Mexico. Current Sociology, 67(5), 705-722. https://doi.org/10.1177%2F0011392119833101

Muller, Jerry. (2018). The tyranny of metrics. Princeton University Press.

Munch, Richard. (2014). Academic Capitalism: universities in the global struggle for excellence. Routledge.

Pels, Dick. (2003). Unhastening science: autonomy and reflexivity in the social theory of knowledge. Liverpool University Press, 2003.

Perlatto, Fernando, & Maia, João M E. (2012). Qual sociologia pública? Uma visão a partir da periferia. Lua Nova, (87), 83-112. https://doi.org/10.1590/S0102-64452012000300005

Pinheiro, Roberto M., Castro, Guilherme C., Silva, Helder H., & Nunes, José M. (2006). Comportamento do consumidor e pesquisa de mercado. Editora da FGV.

Schwartzman, Simon, & Castro, Maria Helena M. (1991). A trajetória acadêmica e profissional dos alunos da USP [Documento de Trabalho 2]. NUPES. http://nupps.usp.br/downloads/docs/dt9102.pdf

Strathern, Marilyn. (2000). The Tyranny of Transparency. British Educational Research Journal, 26(3), 309-321. https://doi.org/10.1080/713651562

Torini, Danilo M. (2012). Formação e identidade profissional: a trajetória dos egressos de Ciências Sociais [Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo]. https://doi.org/10.11606/D.8.2012.tde-09012013-160019

Vostal, Filip. (2015). Academic life in the fast lane: the experience of time and speed in British academy. Time & Society, 24(1), 71-95. https://doi.org/10.1177%2F0961463X13517537

Downloads

Publicado

12/31/2021

Como Citar

Ehlert Maia, J. M., & Medeiros, J. (2021). Autonomia e trabalho intelectual na pós-graduação em Ciências Sociais. Revista Brasileira De Sociologia - RBS, 9(23), 228–255. https://doi.org/10.20336/rbs.793