O Museu da Casa Brasileira entre legitimidade cultural e boa-vontade democrática
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https://doi.org/10.20336/rbs.982Palavras-chave:
democratização, distinção, políticas culturais, Museu da Casa Brasileira, São PauloResumo
Este artigo investiga como o Museu da Casa Brasileira, situado no antigo solar de um casal da elite paulistana, atende às demandas contemporâneas de “democratização cultural”. Se, no momento de sua fundação, o museu hesitou entre priorizar o mobiliário artístico representativo das classes dirigentes e, inversamente, as peças de valor histórico e antropológico emblemáticas de todos os grupos sociais do país, pode-se dizer que tal impasse se mantém operante até os dias atuais. A análise de documentos institucionais e de entrevistas com os responsáveis pelos principais setores da instituição revela uma política cultural dualista: ao promover tanto o design “erudito” valorizado pelo público cultivado quanto o referencial cotidiano da casa prezado por visitantes não versados em arquitetura doméstica, o MCB preserva sua legitimidade no universo dos experts e, a um só tempo, sinaliza sua “boa-vontade democrática”.
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