Familismo à brasileira
das interpretações do país à construção de um modelo teórico-metodológico
Visualizações: 260DOI:
https://doi.org/10.20336/rbs.915Palavras-chave:
família, teoria sociológica, história das ciências sociais, sociologia brasileiraResumo
Este artigo pretende analisar como a noção de família dirigente foi abordada na produção sociológica nacional e quais as principais dificuldades inerentes aos usos das abordagens em termos teórico-metodológicos. Trata-se, primeiramente, de analisar como o pensamento social brasileiro, enquanto área de estudo, consolida-se ao abordar esta temática, salientando o impacto da construção dessa área para compreensão da noção de família e nação como categorias imbricadas. Em seguida, abordamos como a noção de família compõe as interpretações sobre o país e suas respectivas particularidades. E, por fim, sugerimos, a partir da noção de parentela, uma alternativa para pensar os problemas de ordem teórica e metodológica no estudo das famílias e grupos dirigentes no Brasil. Tais resultados evidenciam a pertinência de uma agenda de pesquisa que possibilite o desenvolvimento de “perspectivas não eurocêntricas” tanto na compreensão de sociedades como a brasileira quanto no ensino da história dos conceitos e das categorias sociológicas de entendimento de realidades desse tipo.
Downloads
Referências
Bastos, Elide R. (2002). Pensamento social da escola sociológica paulista. In Miceli, S. (org.). O que ler na ciência social brasileira: 1970-2002 (Sociologia) (p. 183-230). Sumaré.
Bastos, Elide R., & Botelho, André. (2010). Horizontes das ciências sociais: pensamento social brasileiro. In Martins, C. B.; Martins, H. H. T. de S. (orgs.). Horizontes das ciências sociais no Brasil: sociologia (p. 475-496). ANPOCS.
Bourdieu, Pierre. (1989). La noblesse d’État: grandes écoles et esprit de corps. Éditions de Minuit.
Bourdieu, Pierre. (1983). A arte de resistir às palavras. In Bourdieu, P. Questões de Sociologia. (p. 9-15). Marco Zero.
Brasil Jr., Antonio, Jackson, Luiz Carlos, & Paiva, Marcelo. (2020). O pequeno grande mundo do Pensamento Social no Brasil. BIB, 91, 1-38.
Carvalho. José Murillo de. (1966). Barbacena: A Família, a Política e uma Hipótese. Revista Brasileira Estudos Políticos, 20, 153-194.
Connell, Raewyn, & MAIA, João E. (2012) A iminente revolução na teoria social. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 27 (80), 9–20. https://doi.org/10.1590/S0102-69092012000300001
Connell, Raewyn, Collyer, Fran, Maia, João E., & Morrell, Robert (2017). Toward a Global Sociology of Knowledge: Post-colonial realities and intellectual practices. International Sociology 32 (1), 21–37. https://doi.org/10.1177/0268580916676913
Costa, Sérgio. (2010). Teoria por adição. In Martins, C. B., Martins, H. H. T. de S., & Botelho, A. Horizontes das ciências sociais no Brasil. Sociologia (p. 25–51). Bacarolla.
Costa, Sérgio (2006). Desprovincializando a sociologia: a contribuição pós-colonial. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 21 (60), 117-134 https://doi.org/10.1590/S0102-69092006000100007.
Coradini, Odaci Luiz. (2010). A condição em falso: sobre um trajeto de professor e pesquisador em ciências sociais no Brasil. Espacios en Blanco. Revista de Educación, 20, 129-163.
Coradini, Odaci Luiz. (2017). A politização em condições politicistas: alguns problemas analíticos e resultados de trabalhos. Política e Sociedade, 16 (5), 36-75.
Domingues, José Maurício. (2016). Familia, modernización y teoría sociológica. Estudios Sociológicos, 34 (100), 145–167.
Faria, Sheila de C. (1998). A colônia em movimento: fortuna e família no cotidiano colonial. Nova Fronteira.
Fernandes, Florestan. (1973). Capitalismo dependente e classes sociais na América Latina. Zahar.
Freyre, Gilberto. (1994/1933). Casa Grande & Senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. Record.
Holanda, Sérgio Buarque de. (2004/1936) Raízes do Brasil. 26ª edição. Companhia das Letras.
Itaboraí, Nathalie, R. (2005). A família colonial e a construção do Brasil: Vida doméstica e identidade nacional em Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Nestor Duarte. Anthropológicas, 16 (1), 171-196.
Lewin, Linda. (1993) Política e parentela na Paraíba. Record.
Lynch, Christian Edward C. (2013). Por que pensamento e não teoria? Dados, 56 (4), 727-767. https://doi.org/10.1590/S0011-52582013000400001
Miceli, Sergio. (1999). Intelectuais brasileiros. In Miceli, S. (org.). O que ler na ciência social brasileira (1970-1995). (p., 109-147). Sumaré.
Miceli, Sergio. (1995). O Cenário Institucional das Ciências Sociais no Brasil. In Miceli, S. (org.) História das ciências sociais no Brasil. Vol. 2. (p. 7-24). Sumaré.
Miceli, Sergio. (1989). Condicionantes do Desenvolvimento das Ciências Sociais. In Miceli, S. (org.) História das ciências sociais no Brasil. Vol. 1. (p. 72-110). Sumaré.
Oliveira, Lúcia L. (1999). Interpretações sobre o Brasil. In Miceli, S. (org.). O que ler na ciência social brasileira (1970-1995). (p. 147-181). Sumaré.
Pécaut, Daniel (1990). Os intelectuais e a política no Brasil. Ática.
Peirano, Mariza. (1992). Uma antropologia no plural: três experiências contemporâneas. Ed. UnB.
Peixoto, Fernanda A. (1989). Franceses e norte-americanos nas ciências sociais brasileiras (1930-1960). In Miceli, S. (org.). História das ciências sociais no Brasil. Vol. 1. Idesp.
Petrarca, Fernanda R. (2020). Composição social, critérios de seleção e lógicas de recrutamento da elite médica em Sergipe. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 35 (104), e3510403.
Petrarca, Fernanda R. (2019). Entre jalecos, bisturis e a arte de fazer política. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, 26 (2), 573-591.
Petrarca, Fernanda R. (2017). De Coronéis a Bacharéis: reestruturação das elites e medicina em Sergipe (1840-1900). Revista Brasileira de História, 37 (74), 89–112.
Petrarca, Fernanda R., & Oliveira, Wilson José F. (2018). Inovações temáticas, “guinadas” teóricas e tradição intelectual no Brasil. Revista Brasileira de Sociologia - RBS, 6 (14), 34-62.
Petrarca, Fernanda R., & Oliveira, Wilson José F. (2017). Parentelas, grupos dirigentes e alianças políticas. Política & Sociedade, 16 (37), 191–224.
Petrarca, Fernanda R., & Oliveira, Wilson José F. (2016). Os estudos de elites no Brasil: um ensaio crítico sobre a produção recente. In Reis, Eliana T., Grill, Igor G. (orgs.). Estudos sobre Elites Políticas e Culturais. Vol. 2. (p. 141–165). EDUFMA.
Prado Júnior, Caio. (1942). Formação do Brasil contemporâneo: colônia. Martins.
Queiroz, Maria Isaura P. (1989). O Brasil dos cientistas sociais não brasileiros: ensaio metodológico. Texto apresentado no GT: Sociologia da Cultura Brasileira, XIII Encontro Anual da ANPOCS, Caxambu - 23 a 27 de outubro de 1989.
Queiroz, Maria Isaura P. (1976). O Mandonismo local na vida política brasileira e outros ensaios. Editora Alfa-Ômega.
Rosa, Marcelo C., & Ribeiro, Matheus A. P. (2020). Como se faz teoria socia no Brasil? Hagiografia, extroversão intelectual e avanços (2010-2019). In Campos, L. A. et al. orgs.), Ciências Sociais Hoje: Sociologia. Vol. 3. (p. 202–20). Zeppelini Publishers.
Ramos, Alberto Guerreiro. (1957). Introdução Crítica à Sociologia Brasileira. Editora UFRJ.
Saint-Martin, Monique. (1995). Reconversões e reestruturações das elites: o caso da aristocracia em França. Análise Social, 30 (134), 1023-1039.
Samara, Eni de M. (1987). Tendências atuais da história da família no Brasil. In: Almeida, A. M. et al. (orgs.). Pensando a família no Brasil: da colônia à modernidade. Espaço e Tempo.
Sorá, Gustavo (1998). A construção sociológica de uma posição regionalista: reflexões sobre a edição e recepção de ‘Casa-grande & Senzala’ de Gilberto Freyre. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 13 (36), 121-140.
Tavolaro, Sergio B. F. (2014). A tese da singularidade brasileira revisitada: desafios teóricos contemporâneos. Dados, 57 (3), 633-673.
Tavolaro, Sergio B. F. (2005). Existe uma modernidade brasileira? Reflexões em torno de um dilema sociológico brasileiro. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 20 (59), 5-22.
Villas Bôas, Glaucia. (2010). Para ler a sociologia política de Maria Isaura Pereira de Queiroz. Revista Estudos Políticos, 1 (1), 37–44.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Wilson José F. de Oliveira, Fernanda Petrarca

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).