Por que deixamos de fazer o que sempre fizemos? Instituições, existencialismo e ação coletiva transformadora na teoria dos Campos de Ação Estratégica |Why do we stop doing what we always did? Institutions, existentialism and transformative collective acti

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Autores

  • Pedro Frizo
  • Paulo Niederle

DOI:

https://doi.org/10.20336/rbs.466

Resumo

Embora as teorias institucionalistas sejam geralmente mobilizadas para interpretar a reprodução social, elas também são úteis para compreender os episódios de mudança institucional. É com este objetivo que analisamos neste artigo a contribuição da Teoria dos Campos de Ação Estratégica, de Neil Fligstein e Doug McAdam. Inicialmente, destacando as funções existenciais das instituições, discutimos como elas potencializam processos de engajamento. Em seguida, apresentamos o papel dos empreendedores institucionais na formulação de enquadramentos interpretativos que visam a alterar as expectativas ficcionais dos atores, o que é condição essencial para que estes se engajem em ações coletivas transformadoras. Finalmente, analisamos como crises e choques em outros campos contribuem para a produção de engajamento e a mudança institucional.

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Publicado

08/12/2019

Como Citar

Frizo, P., & Niederle, P. (2019). Por que deixamos de fazer o que sempre fizemos? Instituições, existencialismo e ação coletiva transformadora na teoria dos Campos de Ação Estratégica |Why do we stop doing what we always did? Institutions, existentialism and transformative collective acti. Revista Brasileira De Sociologia - RBS, 7(16). https://doi.org/10.20336/rbs.466

Edição

Seção

Artigos